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O SUL EM CIMA 40 / 2019

O Sul em Cima dessa edição mostra os trabalhos de Lia de Itamaracá, Fernando Lobo, Cores de Aidê e Flávio Renegado.


LIA DE ITAMARACÁ – Maria Madalena Correia do Nascimento nasceu em  janeiro de 1944, na ilha de Itamaracá, PE.
Quase dez anos após o lançamento do álbum Ciranda de Ritmos, a cirandeira Lia de Itamaracá lançou em novembro de 2019  o disco Ciranda Sem Fim. O trabalho carrega o selo do edital Natura Musical através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e foi produzido pelo DJ Dolores e pela produtora cultural Ana Garcia.
No material, os admiradores da voz marcante da cirandeira mais famosa do Brasil, vão conhecer uma artista que vai além de uma brincante de ciranda. A proposta do DJ Dolores não é desconfigurar a referência que Lia carrega enquanto referência da Ciranda, mas oferecer uma fusão entre novos e antigos sons. “Lia é cantora do que ela quiser. A voz imponente, marcante e vibrante também pode apresentar outros ritmos. A partir disso estamos apresentando essa repaginada, explica Dolores, que assina a direção musical do novo trabalho. 
O nome do álbum também batiza uma das músicas integrantes do disco. Ciranda Sem Fim Para Lia foi um presente dado à artista pelo músico carioca Lúcio Sanfilippo durante um encontro entre os dois no Rio de Janeiro, em 1999. A faixa recorda o trabalho como merendeira, ofício desempenhado pela cantora durante 30 anos em uma escola estadual da Ilha de Itamaracá.
Ao contrário dos discos anteriores: Rainha da Ciranda (1977), Eu Sou Lia (2000) e Ciranda de Ritmos (2010), a poesia é obra presente neste álbum atual.
Aos 75 anos, Lia se tornou um Patrimônio Vivo de Pernambuco – primeiro, de fato; depois, de direito: recebeu o título do Governo de Pernambuco em 2005, sendo uma das primeiras a ser distinguidas com a honraria. A trajetória artística é longa, desde que a adolescente foi “descoberta”, nos anos 1960, após presentear a cantora Teca Calazans com a mais célebre de suas cirandas .
Músicas: 01 – Meu São Jorge – Ganga /Severina Baracho // 02 – Desde Menina – Chico César // 03 – Quem Sabe? – Carlos Gomes / Bittencourt Sampaio // 04 – Ciranda Sem Fim para Lia – Lúcio Sanfilippo
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FERNANDO LOBO (PR)  – Músico, produtor e arte educador, atua em diferentes segmentos e estilos musicais desde a década de 90. Relaciona suas experiências musicais com a educação e espiritualidade, traz em sua obra a mescla de culturas tradicionais em um contexto contemporâneo. Se utiliza da tecnologia como conexão da raiz com o sutil no ambiente Pop.Afro.Caiçara. Como instrumentista, atuou em shows e gravações com diversos artistas, entre eles André Abujamra, Siba, Serenô, Kiko Dinucci, Karol Conka, Real Coletivo, François Muleka, entre outros.

Se apresentou em concertos e festivais no Brasil, Argentina, Uruguai, Portugal, Irlanda, França, Holanda, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Ilhas Canárias. Fernando Lobo é autor do Livro Somos Som – Música percussiva brasileira, em parceria com a percussionista Simone Sou, o método apresenta a percussão brasileira como linguagem musical contemporânea. O livro foi lançado em 2016 e o trabalho já esteve presente em festivais no Brasil, Holanda e Inglaterra.

TAMBAKI é o primeiro álbum solo de Fernando Lobo .  No disco, Lobo assume a versatilidade e assina as composições, execução instrumental e produção musical. Em busca de musicalidade própria, TAMBAKI transita por diversas referências de música no mundo, aborda as sonoridades da música caiçara, raízes da cultura afro, rock e regionalismos, mesclados numa linguagem de fácil entendimento. O trabalho demonstra claramente o caminho percorrido por Fernando Lobo apresentando diversas visões, percepções e comportamentos que o concretizaram.  Músicas (todas de Fernando Lobo): 01 – Filho de Fé //  02 – Candonga // 03 – Tesouro do Céu 

CORES DE AIDÊ (Florianópolis / SC)  – Com composições, arranjos e coreografias próprias. Mesclando a dança, a percussão e o canto como manifestação da cultura afro-brasileira, sempre com a preocupação em debater o combate às opressões de raça e gênero através da arte, surge as Cores de Aidê. Uma banda formada por mulheres que, desde 2015, usam o palco para se expressar. Em 2018, lançou o seu primeiro álbum, intitulado “Quem é essa mulher?”, projeto contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura, que aborda o protagonismo feminino em sua diversidade.  Membros da banda – Bê Sodré, Carla Luz, Cauane Maia, Cris Fernandes, Dandara Manoela, Fernanda Jerônimo, Laila Dominique, Nattana Marques, Nine Martins, Sarah Massí.

Músicas:  01 – Aidê Mulher – Dandara Manoela // 02 – Giramundo – Roberta Funchal / Dandara Manoela // 03 – Negra – Iara Germer
 
FLÁVIO RENEGADO  – Flávio Renegado é natural de Belo Horizonte e foi criado na comunidade do Alto Vera Cruz. Começou a fazer rimas quando ainda era adolescente e aos poucos desenvolveu personalidade própria ao misturar outras referências musicais.
Flávio Renegado e Orquestra Ouro Preto apresentam “Suíte Masai”, álbum que marca o encontro entre o rap e a música erudita com conexões preciosas entre o erudito e o popular, música negra e europeia, sonoridades africanas, brasileiras e caribenhas. Em uma jornada musical que parte da periferia de Belo Horizonte, desbrava as ancestralidades do Quênia e regressa com orquestração impecável, assinada por Marcelo Ramos e regida por Rodrigo Toffolo.  A gravação de Suíte Massai reuniu 35 músicos, entre componentes da banda do rapper e membros da orquestra. Além de dezenas de profissionais envolvidos na produção do espetáculo realizado em 04 de agosto de 2018, na comunidade do Alto Vera Cruz, onde Renegado nasceu e hoje mantém seu projeto social Arebeldia, em Belo Horizonte.  

Acostumado a navegar por diferentes sonoridades, o inquieto Flávio Renegado enxerga com naturalidade a parceria inédita com uma orquestra. “A troca das batidas eletrônicas por uma orquestra foi um caminho natural para minha música. Do rap ao rock, passando pelo eletrônico, já toco há muito tempo com uma banda. E agora vejo a conexão com a música erudita como um ponto alto de uma trajetória. Especialmente com uma orquestra como a Ouro Preto. Foi muito especial encontrar um grupo de músicos eruditos dispostos a colaborar com a musica popular de maneira aberta, generosa e verdadeira”.

Músicas: 01 – Para Lennon e McCartney (Márcio Borges / Lo Borges / Fernando Brant) // 02 – Black Star (Flávio Renegado) // 03 – Conexão Alto Vera Cruz Havana (Flávio Renegado / Gil Amancio)

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