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O Sul Em Cima 39 – Luís Nenung (Nenung & Projeto Dragão / Os The Darma Lóvers)

O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho de Luís Nenung que faz parte das bandas Os The Darma Lóvers e Nenung & Projeto Dragão

Parte 1


Parte 2

 

NENUNG
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Gravado por Paula Toller, Mariana Aydar, Dado Villa-Lobos e celebrado por uma porção de artistas, o cantor e compositor gaúcho Luís Nenung completa 32 anos de atividade artística, uma aventura que começou quando ele cantava na banda  A Barata Oriental. Seu trabalho mais conhecido é no “Os The Darma Lóvers”, que Nenung divide com a cantora Irinia. Participa também da banda Nenung & Projeto Dragão.

Em 2010 Nenung se reúne a seu parceiro de longa data, o baixista e produtor TH Heinrich, ao guitarrista Maurício Fuzzo  (Locomotores) e ao baterista Rafael criando o Projeto Dragão. É o BigBang de um universo de influências, imagens e poesias com sonoridades básicas lapidados para inspirar o resgate poético da música como rito sonoro, estético e poético.

NENUNG & PROJETO DRAGÃO
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Em 2014, a banda lança o álbum SERENOATO. Sobre esse trabalho, ARTHUR DAPIEVE escreveu:

Fogo nos Grilhões        

                O trabalho de Luís Nenung está para a esmagadora maioria da música pop que se ouve(?) hoje em dia no Brasil e no mundo como a slow food está para a fast food. Demanda não apenas uma velocidade diferente de fruição, mas uma relação inteiramente distinta com a música. É assim na “nave-mãe”, Os The Darma Lóvers,    é assim no Projeto Dragão, cujo primeiro trabalho nasce agora, depois de três anos de gestação, com o álbum – e talvez eu devesse grafar ÁLBUM – Serenoato.

 Por que ÁLBUM? Nenung me ajuda a explicar. “É um disco completo”, diz. “Faz mais sentido sendo ouvido todo (eu recomendaria no escuro) e não sendo de forma alguma uma sequência de jingles singles como tooodo mundo insiste em enfatizar a respeito da música que larga por aí. Não tou pra fazer singles nem jingles, quero compadrilhar.” As faixas se interligam, tanto na forma – tipo a chuva que começa em A tempestade e avança sobre A cada novo adeus – quanto no conceito: uma maratona aquática contra a corrente contemporânea do materialismo emocional.

 Aliás, as faixas de Serenoato se interligam também com o trabalho de Nenung com Irínia, nos The Darma Lóvers. A principal diferença é que o duo dos gaúchos – que criou um culto fidelíssimo também no eixo Rio-São Paulo – pode ser classificado como folk-rock enquanto Nenung e o Projeto Dragão são, definitivamente, uma banda de rock. Uma banda de proporções pink-zeppelianas, eu diria. Além de Nenung e de seus vocais mezzo serenos mezzo desesperados, fazem parte dessa big band Maurício “Fuzzo” Chaise (guitarra), Thiago Heinrich (baixo e baixo), Rafael Bohrer (bateria) e Gustavo Chaise (guitarras e violões). Tocam furiosamente.

A principal semelhança entre o Projeto Dragão e os The Darma Lóvers está, naturalmente, na alta qualidade das letras de Nenung, perpassadas pelos ensinamentos do budismo. Num panorama onde a regra é ser tatibitate, ele tem o que dizer e sabe como dizê-lo, seja com indignação seja com poesia.

Que tal “Na imensidão da manhã/ Meu amor se mudou pra Lua/ Eu quis te ter como sou/ Mas nem por isso ser sua”? Familiar? Claro. Meu amor se mudou para a Lua brilhava em Só nós, disco solo que Paula Toller lançou em 2007. Se lá ouvia-se uma balada soul, em Serenoato a música ressurge como um baladão roqueiro, que conta com vocais da argentina Vika Mora.

Não é só a Paula Toller, do Kid Abelha. Todo o pessoal dos anos 80, acostumado a trabalhar com grandes letristas, reconhece em Nenung um dos bons. Em O passo do colapso (2012), de Dado Villa-Lobos, da Legião Urbana, cinco das 12 músicas tinham Nenung como autor ou co-autor. Em Serenoato, a faixa-título, Dado toca uma prima chinesa da harpa. Moreno Veloso toca violoncelo em A cada novo adeus. Outra argentina, Alejandra Estepa, mais conhecida como Anamoli, canta com Nenung em Houve um tempo. E uma cantora-compositora revelação de Porto Alegre, Carmen Corrêa, participa de Poeta e de O navegador. Isto para citar apenas alguns dos que colaboraram em Serenoato. Assim como nos discos dos The Darma Lóvers, o espírito da produção – feita e mixada por Edo Portugal – foi comunitário.

Comunitária é também a mensagem. Pegue-se, por exemplo, três músicas separadas no álbum, mas unidas no conceito, a raivosa Quem serve a quem, a enojada Maque dia feliz (olha a menção à fast food aí) e a sombria Bebê baleia, dos versos “não chore, bebê baleia/ Sua mãe já vai voltar/ Se os homens que saíram para a pesca/ Não conseguirem lhe pegar”.

É uma terrível canção de ninar. As três expressam um mesmo mal-estar, seja diante das forças de segurança do Estado, do consumismo alimentar ou da matança de outros habitantes do planeta. Faz sentido essa minha leitura? “Olhando daqui é uma sequência de provocações e questionamentos vestidos com poesia, procurando debater a adulteração da palavra e a manipulação da realidade dos fatos com fins egoístas”, avalia Nenung, fã de Who e Clash. “A ignorância monitorada.” Se é assim, o Projeto Dragão cospe fogo para derreter nossos grilhões.

OS THE DARMA LÓVERS
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Surgidos em 1998 como uma dupla a partir da colagem de meditação budista + rock´n roll + MPB + psicodelia + tropicalismo & poesia conquistaram rápida e naturalmente seu espaço pela sua sonoridade e temática que vai do amor à impermanência e da alegria à reflexão.

Reconhecidos pela harmonia das composições e das vozes uníssonas de Nenung e Irínia, OTDL já cruzou fronteiras viajando o Brasil de norte a sul e excursionando em 2008 pela França para lançar seu CD “Laranjas do Céu”, que foi eleito pelo Jornal francês Libèration como um dos 10 melhores CDs do ano.

Ao longo de 19 anos de carreira, a dupla já virou banda, já foi dupla novamente e agora atua como trio, além de suas músicas terem sido gravadas por artistas como Paula Toller, Mariana Aydar e Dado Villa-lobos.

Os the DL lançaram em 2013 o CD “Espaço!” com produção de Marcelo 4nazzo, masterizado por Edo Portugal e lançado em parceria com o selo Loop Discos; atualmente navega em resgate constante de sua essência inicial e do que o tempo deixou meio solto por aí por andar acelerado demais ou será que somos nós?

O desafio de sermos humanos nestes tempos de velocidade e mudança incessante traduzidos em música, amor e poesia.

— Os Darma têm uma onda pacífica, de serenidade, com uma poesia que apresenta uma questão e uma possível leitura dela. Já o Projeto Dragão, cuja onda é mais provocativa, apresenta uma questão e deixa isso em aberto para o ouvinte — explica Nenung. O grupo é a soma da vivência de todos os seus integrantes. Somos um todo.

Vamos mostrar em O SUL EM CIMA as músicas: Meu Amor se mudou pra Lua, A cada novo adeus, Tempestade, O Navegador, Serenoato e Maque Dia Feliz do álbum SERENOATO (2014); Devolva meu Cais, Flores no Zumbi e Meu Coração Livre do EP VAMPIROCRACIA (2016), de Nenung & Projeto Dragão. Vamos ouvir ainda as músicas: Frágil Felicidade, Depois da Tempestade, 1 Milhão de Anos e Espaço! Do álbum ESPAÇO (2013) de Os the Darma Lóvers .

 

Contatos:

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https://www.facebook.com/OsTheDarmaLovers/

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O Sul Em Cima – Keco Brandão

O SUL EM CIMA dessa edição é dedicado a obra de KECO BRANDÃO, em especial as músicas de seu novo álbum KECO BRANDÃO COM VIDA

Parte 1

Parte 2

 

KECO BRANDÃO

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Keco Brandão é compositor, arranjador, programador, vocalista, instrumentista e produtor musical. Trabalhou como criador, arranjador e produtor musical na produtora de som Lua Nova e na gravadora Lua Music, sob direção do produtor e compositor Thomas Roth. Ali permaneceu por 10 anos.

Em 2005 foi indicado pelo pianista e arranjador César Camargo Mariano para compor a nova banda da cantora Gal Costa, exatamente na época em que Gal completava 60 anos, entrava para o casting da gravadora Trama e saía em turnê nacional para apresentar o show do CD “Hoje”.

Em 2007 ingressou na Rede Record de televisão, contratado como produtor musical exclusivo para a inauguração do novo canal de notícias Record News e para a programação geral da emissora. Nas produções para as novelas, arranjou e produziu para artistas como Zizi Possi, Fafá de Belém, Leila Pinhero, Ângela Ro Ro, Lupa Mabuze, Zé Luíz Mazziotti e Grupo Cantrix.

Sua eclética discografia hoje é composta por 10 CDs: “Tatanka”, no estilo World Music, em homenagem aos índios das três Américas; “Classical’n’Bossa”, uma seleção de 10 obras da música erudita, relidas em ritmo de bossa nova; “Paisagens do Vento”, composições de etnias variadas com o elemento Vento como elo e tônica do trabalho; “Jazz’n’Bossa”, uma seleção de 10 tradicionais standards da canção norte-americana, arranjados sob a estética do estilo bossa nova; a coleção “Música e Natureza”, para fins terapêuticos, composta por 4 CDs (“Passarinhos”, “Baleias e Golfinhos”, “Floresta” e “Cosmos”), em que a música se funde com sons da natureza; “France’n’Bossa”, terceiro volume da série ‘n’Bossa, lançado em 2005 pela gravadora Lua Music e que reúne 13 clássicos da canção francesa, tais como “La Vie En Rose”, “Ne Me Quitte Pas” e “Je T’aime Moi Non Plus”.

Keco já atuou ao lado de importantes nomes da MPB, como Zizi Possi, Jane Duboc, Virgínia Rodrigues, Leila Pinheiro, Toquinho, Toninho Horta, Pedro Mariano, Roberta Miranda, Fábio Junior, Ivan Lins, Jair Rodrigues, Cida Moreira, César Camargo Mariano, Vânia Bastos, grupo vocal Boca Livre, entre outros.

Foi diretor musical do programa Cia. da Musica (CNT/Gazeta), em parceira com o produtor João Marcelo Bôscoli, diretor musical da gravadora Trama, onde criou arranjos para artistas como Milton Nascimento, João Bosco, Luiz Melodia, Elza Soares, Zélia Duncan, Carlos Lyra, Chico César, Flavio Venturini, Roberto Menescal, Baby do Brasil, Daúde, Raul de Souza, Pepeu Gomes, Margareth Menezes, Verônica Sabino, Rosa Passos, Wagner Tiso, Sivuca, Joyce, Cássia Eller, Fátima Guedes, Ná Ozzeti, Itamar Assumpção, entre outros.

Em seus CDs de carreira solo e shows já contou com a participação de músicos e artistas como Marlui Miranda, Mônica Salmaso, Virgínia Rosa, Lula Barboza, grupo vocal IAKIRANA, Simone Guimarães, Teco Cardoso, Amador Longuinni, Guello, Toninho Ferragutti, Sylvinho Mazzucca, Otávio de Moraes, Max Robert, Daniel D’Alcântara, Paulinho Paulelli, Thomas Roth, Proveta, Léa Freire; as cantoras Tatiana Parra, Lucila Novaes, Graça Cunha e Daisy Cordeiro; os violonistas Marcus Teixeira, Conrado Góes, Tuco Marcondes, Dinan Machado e Camilo Carrara; o pianista e clarinetista Jether Garotti; o gaitista Vitor Lopes; os cantores Tito Bahiense, Heitor Branquinho, Lupa Mabuze, Josias Damasceno, Edson Montenegro; os bateristas Pepa D’elia, Eduardo Ribeiro, Sergio Rezze, Celso de Almeida; os cellistas Julio Ortiz, Fabiana Mino e Marisa Silveira, entre outros expressivos nomes da música.

Acompanhou artistas finalistas das edições “Intérprete e Compositor”, do reconhecido Prêmio VISA de Música (supervisionado pelo maestro Nelson Ayres), como a cantora Lucila Novaes e os cantores e compositores Rafael Altério e Cláudio Nucci.

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2003
Em 2003 foi produtor, arranjador e diretor musical do álbum “Disco de Ouro”, da cantora Ângela Maria, em comemoração aos 50 anos de carreira da artista.

2007
Em 2007 foi indicado como pianista para acompanhar a apresentação no Teatro Municipal de São Paulo da artista plástica, compositora e viúva do Beatle John Lennon, Yoko Ono.

2008
Em 2008 participou da temporada exclusiva de três meses da cantora Zizi Possi na casa de shows Tom Jazz, em São Paulo. Cada apresentação teve um convidado diferente, entre os quais Alcione, Eduardo Dussek, Alceu Valença, Luíza Possi, Ana Carolina, João Bosco, Ivan Lins, Edu Lobo, Toninho Ferragucci e Roberto Menescal. Seus trabalhos já foram comentados por importantes nomes da publicidade brasileira, como Washington Olivetto, então da W/Brasil, na revista About, e Christina Carvalho e Pinto, da Full Jazz, no jornal Meio e Mensagem.

2009
Em 2009 lança “Collection’n’Bossa”, pela gravadora Lua Music, reunindo em uma única caixa seus 3 CDs da coleção ‘n’Bossa, respectivamente: “Jazz’n’Bossa”, “France’n’Bossa” e “Classical’n’Bossa”. Também passa a integrar o grupo da cantora baiana Virgínia Rodrigues em turnê no Brasil e no Canadá.

2010
Em fevereiro de 2010 apresenta-se ao lado de Virgínia Rodrigues no Place des Arts, em Montreal, no Canadá, durante o festival Montréal en Lumière, onde divide a noite com o grupo cubano Buena Vista Social Club.

Ainda em 2010 lança pela gravadora Lua Music o CD “Paisagens”, em parceria com a empresária Christina Carvalho Pinto e a empresa Conteúdo com Conteúdos. “Paisagens” é um trabalho em estilo World Music que passa por diferentes culturas de quase todos os continentes. Permeado pelos quatro elementos, Terra, Fogo, Ar e Água, é uma homenagem declarada ao planeta Terra e propõe ao ouvinte um mergulho na riqueza e na diversidade sonora do nosso planeta.

Também em 2010 participa como convidado especial da gravação do DVD do cantor Cauby Peixoto, no show “Cauby Sings Sinatra”, acompanhando ao piano o cantor em sua interpretação da canção “Laura”.

2011
Em 2011 é convidado para participar como tecladista e arranjador da gravação do DVD da cantora Luiza Possi no show “Seguir Cantando”, gravado ao vivo na casa de espetáculos City Bank Hall. Ainda em 2011, segue excursionando por todo o Brasil como tecladista da banda de Luiza Possi.

2012
Em 2012 participa do novo show de Zizi Possi, “Tudo se Transformou”, gravado ao vivo na casa de espetáculos Tom Jazz.

2013
Em 2013 é contratado pela editora de obras musicais MJC para prestar assessoria musical na organização e recuperação do acervo das obras feitas exclusivamente para a programação de toda a Rede Record.

2017
No ano de 2017 lança KECO BRANDÃO COM VIDA, CD de canções produzido por Keco Brandão com diversos artistas convidados, entre músicos e intérpretes. Atualmente segue realizando shows pelo Brasil ao lado das cantoras Zizi Possi e Luiza Possi. Também produz jingles e trilhas como free lancer para várias produtoras de som e emissoras de TV.

No programa O SUL EM CIMA com KECO BRANDÃO, vamos apresentar as músicas: En Aranjuez con tu Amor (Joaquin Rodrigo/Alfredo Garcia Segura – voz: Simone Guimarães), Viagem (Rafael Altério / Élio Camalle- voz:Filipe Catto), Pasarero (Carlos Aguirre – Voz: Tatiana Parra), Sweet Bird of Youth (Johnny Alf & Jack Segal – Voz: Sachal Vasandani), Encontro dos Rios (Ivan Lins / Celso Viáfora – Voz: Ivan Lins), A Força (Ivan Lins / Vitor Martins – Voz: Zizi Possi), Filho do Mar (Keco Brandão / Rita Altério – Voz: Simone Guimarães), Emília (Lyle Mays e Pedro Aznar – Voz, piano, teclados e arranjo: Keco Brandão), Para Sempre Nunca Mais (Keco Brandão / Rita Altério – Voz: Sueli Vargas) e Na Contramão (Keco Brandão / Denise Mello – Vocal: Denise Mello) do álbum Keco Brandão Com Vida.

Contatos:
www.kecobrandao.com.br
www.facebook.com/kecobrandaomusica

Shows e entrevistas: (11) 95377-1111
kecobrandao@gmail.com

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O Sul Em Cima – Comunidade Nin-Jitsu e Erick Endres

O SUL EM CIMA dessa edição mostra os trabalhos da COMUNIDADE NIN-JITSU e ERICK ENDRES

Parte 1

Parte 2

 

COMUNIDADE NIN-JITSU

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Completando 22 anos em 2017, a Comunidade Nin-Jitsu – formada por Mano Changes (voz), Fredi “Chernobyl” Endres (guitarra, vocais e programações), Nando Endres (baixo e vocais) e Gibão Bertolucci (bateria) nasceu no underground de Porto Alegre e se transformou na banda que mais emplacou hits no sul do Brasil. Desde o primeiro show a banda percorre um caminho de grandes conquistas, prêmios e recordes.

Em 1997, antes mesmo de lançar seu primeiro disco, a banda ganhou prêmio de melhor Demo-Clipe no VMB (Video Music Brasil) da MTV, com a música “Detetive”.

No fim de 1998, após uma turnê pelo subúrbio do Rio de Janeiro, o primeiro álbum – “Broncas Legais” – produzido por Edu K, foi lançado. O estilo inovador da banda conquistou à todos de primeira. Batidas de miami bass com guitarras hard rock era a fórmula que fez com que surgissem dezenas de hits que tomaram conta das rádios e da cabeça da galera. São deste disco os hits “Melô do Analfabeto”, “Rap do Trago”, “Merda de Bar”, “Quero te Levar”, além da faixa “Detetive”.

O segundo disco oficial – “Maicou Douglas Syndrome” – foi produzido por Dudu Marote e lançado nacionalmente pela Sony Music em 2002. Com este CD a banda bateu recordes de hits em um mesmo álbum. Diversas músicas, como “Arrastão do Amor” e “Não Aguento Mais” despontaram, mas foi o clássico “Ah! Eu Tô sem Erva”, que desbancou os Top 20s jabazeiros com pedidos de fãs fiéis, virando grito de guerra nos shows até hoje. No mesmo ano, o quarteto faturou o segundo prêmio VMB/MTV e se apresentou no Free Jazz Project, no RJ. Este segundo álbum afirmou a Comunidade Nin-Jitsu como precursora na mistura de rock com funk carioca, o que acabou influenciando diversos artistas com um estilo que, anos depois, virou sucesso em todo o mundo.

O álbum “Atividade na Laje” de 2008, teve faixas que foram executadas em rádios da Espanha, Portugal e Alemanha, rendendo uma turnê da Comunidade Nin-Jitsu pela Europa.

A cada ano aumenta o currículo com participações nos maiores festivais do país. Quando esteve no palco do Porão do Rock, em Brasília, foi considerada um dos melhores shows, levantou 80 mil pessoas e arrancou elogios da crítica e do público presente. Nos últimos anos esteve pelos principais festivais nacionais e internacionais, tais como Se Rasgum (Pará), Bananada (Goiânia), Casarão (Roraima), 53 HC (Minas Gerais), Rec Beat (Pernambuco), e Planeta Atlântida RS e SC (recorde em participações, 17 edições), entre outros.

Discos lançados :  King Kong Diamond (2015), Atividade na Laje (2008), Comunidade no Baile (2005), Aproveite Agora (2003), Maicou Douglas Syndrome (2001), Broncas Legais (1998) e o dvd Ao Vivo no Opinião (2013) – o grupo se mantém fiel às suas origens de fazer uma música bem humorada juntando rock, funk carioca e o que mais puder.

ERICK ENDRES

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Quem acompanha a Comunidade Nin-Jitsu sabe que a primeira vez que Erick (filho de Fredi e sobrinho do Nando) subiu no palco foi no memorável Planeta Atlântida de 2005 com apenas 07 anos de idade pra 20 mil pessoas! Alem da participação no  DVD do Nin-Jitsu, na abertura do Foo Fighters e em diversos shows da CNJ, ERICK ENDRES vem se dedicando a guitarra, a composição e a pesquisa intensa musical desde seus 05 anos.

Nascido em julho de 1997, Erick Endres lançou o primeiro álbum (Erick) em 2013, quando tinha somente 15 anos. Erick também integra o grupo gaúcho Dis Moi. Para o conterrâneo Edu K, nome lendário do universo musical gaúcho, ele é o “Jack White brasileiro”.

A música sempre foi pilar fundamental para a construção da identidade dos jovens. A partir do momento que eles têm a discoteca do mundo no seu bolso eles passam a absorver todas essas referências e a transitar por elas de maneira livre. Nascido após a revolução digital, Erick Endres é um reflexo das mudanças causadas pelo fácil acesso a informação que a sua geração teve. Lançou o primeiro álbum aos 15 anos pela Sony.  Após 3 EPs lançados pela Loop Discos ( Falling, In, A) , chegou o momento de lançar o álbum  Mystic Love.

Cada um dos EPs tem quatro faixas, todas compostas e gravadas por Erick. Graças aos sintetizadores e às experimentações incansáveis, o som tem uma pegada mais ácida, mas sem perder a energia e o groove. Comparado muitas vezes a ninguém menos que John Frusciante, o estilo de Erick tem cada vez mais sintonia com o desprendimento de estilos e com o comprometimento em se manter, mesmo que passeando por referências diversas, sempre original. As capas foram criadas pelo artista plástico Acauã Novais.

Mystic Love é a união dos três EPs, mais uma música inédita com participação especial do Renan (Dr. Hank).  O álbum, um lançamento Loop Discos, foi disponibilizado nas plataformas de streaming dia 08 de Setembro.

As músicas apresentadas no programa O SUL EM CIMA são: Fazê a Cabeça, Me Faz Bem, Carburou, Aperitivado e Maremoto da Comunidade Nin-Jitsu e as músicas Mystique Goddess Of Simplicity And Love, Não Acredite no Vento (feat. Dr. Hank), Afinal, You Have Lost Your Soul, Moon Path, Icarus e Come On Feel Your Love do álbum Mystic Love de Erick Endres.

CONTATOS:

https://www.facebook.com/comunidadeninjitsu/

https://www.facebook.com/erickendres/

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O Sul Em Cima – Vitor Ramil

O SUL EM CIMA dessa semana é dedicado a obra de VITOR RAMIL, mostrando em especial músicas de seu mais recente trabalho CAMPOS NEUTRAIS

Parte 1:

Parte 2:

 

VITOR RAMIL
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Compositor, cantor e escritor, o gaúcho Vitor Ramil começou sua carreira artística ainda adolescente, no começo dos anos 80. Aos 18 anos de idade gravou seu primeiro disco Estrela, Estrela (1981), com a presença de músicos e arranjadores que voltaria a encontrar em trabalhos futuros, como Egberto Gismonti, Wagner Tiso e Luis Avellar, além de participações das cantoras Zizi Possi e Tetê Espíndola.

1984 foi o ano de A paixão de V segundo ele próprio. Com um elenco enorme de importantes músicos brasileiros, este disco experimental e polêmico, produzido por Kleiton e Kledir, proporcionou ao público uma espécie de antevisão dos muitos caminhos que a inquietude levaria Vitor Ramil a percorrer futuramente. Eram 22 canções cuja sonoridade ia da música medieval ao carnaval de rua, de orquestras completas a instrumentos de brinquedo, da eletrônica ao violão milongueiro. As letras misturavam regionalismo, poesia provençal, surrealismo e piadas. Deste disco a grande intérprete argentina Mercedes Sosa gravou a milonga Semeadura.

Nos anos seguintes, Vitor Ramil  lançou os álbuns: TANGO (1987), À Beça (1995), Ramilonga (1997), Tambong (2000), Longes (2004), Satolep Sambatown  (2007), Délibáb(2010), Foi no Mês de Vem (2013) e Campos Neutrais (2017), seu décimo primeiro disco e o primeiro gravado em Porto Alegre.

CAMPOS NEUTRAIS

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Campos Neutrais é o nome do novo álbum e songbook que Vitor Ramil está lançando. É também o nome de uma das quinze canções do repertório. Querem saber de onde vem esse nome?

No Tratado de Santo Ildefonso, assinado no ano de 1777 pelos reinos de Portugal e Espanha, foi definida uma área neutral. Segundo o historiador Tau Golin, tratava-se originalmente de uma faixa-fronteira que atravessava o Rio Grande do Sul no sentido sudeste-noroeste.

Uma linha dessa faixa corria junto às nascentes de rios que corriam para o Rio de la Plata; a outra, junto às nascentes dos rios que corriam para o mar. A primeira delimitava o território pertencente a Espanha; a segunda, o de Portugal. Como o critério não se aplicava à costa, fixou-se como zona neutra a extensa planície que hoje compreende, aproximadamente, os municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, incluindo as lagoas Mirim e Mangueira, as línguas de terra entre elas e a costa do mar.

Segundo o acordo, os espanhóis não passariam os arroios Chuí e São Miguel, ao norte. O limite ao sul para os portugueses seria o arroio Taim – linha reta até o mar. Com os anos, essa espécie de terra sem dono no extremo sul do Brasil viria a se tornar conhecida como os Campos Neutrais.

Os Campos Neutrais, atraindo para si toda a mística dos “espaços neutroz”, conforme definido no Tratado, entraram para a história como uma zona que, nos dizeres de Tau Golin, sofreu “confusa e criativa ocupação”, pois o considerável espaço que, segundo o Tratado, deveria ser de ninguém, transformou-se logo “em atrativo, principalmente para aventureiros de diversas origens, gaudérios, caboclos, sertanejos, e pobres do campo em geral, que nela passaram a transitar, prear o gado alçado, ou a se estabelecer, em contato com grupos indígenas que centenariamente já estavam na região. Nesta intrusão, destacaram-se os gaúchos lusos e castelhanos, e os paulistas”.

Outro historiador, Anselmo F. Amaral, chama atenção para “o acerto que fizeram as autoridades portuguesas e castelhanas quanto aos escravos que nos Campos Neutrais se estabelecessem, fugindo aos maus tratos dos patrões. Deveriam merecer eles proteção das autoridades, tanto do Taim como do Chuí”.

Ainda segundo o autor, os Campos Neutrais também foram lugar de refúgio e atividade para o changador – “homem sem Deus, sem rei e sem lei” – que apesar de ser tido como matreiro, bandido, abigeatário ou contrabandista, é considerado o gaúcho primitivo – filho de espanhóis ou portugueses com as índias -, que “agia sempre atendendo à sua condição de homem telúrico. Sempre só – tão somente ele na imensa pradaria! – estaria, assim, obrigado a adquirir uma concepção infinita de liberdade”. O espírito dos Campos Neutrais e o modo de vida dos primeiros gaúchos – a mítica combinação de vida campeira livre e aventuresca com aversão à autoridade – tinham, portanto, a mais completa afinidade.

Graças à rica mistura humana, ocorrida em grande parte à revelia das determinações oficiais dos reinos envolvidos, os Campos Neutrais tornaram-se emblemáticos da condição de fronteira do Rio Grande do Sul e do temperamento de seu povo. Na geografia, são hoje simbolizados principalmente pela reserva ecológica do Taim e seu entorno. No imaginário contemporâneo, abrigam ideias como liberdade, diversidade humana e linguística, miscigenação, comunhão, criatividade, fantasia e realidade, anti-oficialismo, anti-xenofobismo, inconformismo ou subversão, afirmando-se dessa forma também como uma reserva ecológica cultural.

O ÁLBUM

Foi com a intenção de corresponder a esse significado dos Campos Neutrais que foram reunidas as quinze músicas. O álbum tem três idiomas, português, espanhol e inglês; milongas e canções de muitos acentos e sotaques; parcerias com o paraibano Chico César e o maranhense Zeca Baleiro, com o poeta de Belém do Pará Joãozinho Gomes, com a poeta pelotense Angélica Freitas; música para poema do português Antônio Boto; uma versão para um clássico do norte-americano Bob Dylan, outra para uma canção do galego Xöel Lopez; letras que fazem referência a Satolep, Montevideo, Punta del Diablo, Buenos Aires, Belém do Pará, Barcelona, Londres, Hermenegildo e aos próprios Campos Neutrais; participações vocais dos mesmos Chico e Zeca e de Gutcha Ramil; percussões do argentino Santiago Vazquez; naipe de metais (tuba, trombone, dois trompetes e trompa) do Quinteto Porto Alegre; arranjos de metais do porto-alegrense Vagner Cunha; guitarra elétrica do também porto-alegrense e apanhador só Felipe Zancanaro; violão do buenairense del suburbio Carlos Moscardini. Os demais violões, voz e produção musical são de Vitor Ramil.

O engenheiro de som Moogie Canazio veio dos EUA para comandar as gravações, que aconteceram em Porto Alegre no recém-construído estúdio Audio Porto. O songbook foi feito pelo gaúcho Fabrício Gambogi e a programação visual do disco e do songbook pelo carioca Felipe Taborda. Rica mistura humana! “No ensaio A estética do frio (2003), escrevi que no Rio Grande do Sul não estamos à margem de um centro, mas no centro de uma outra história. Pois antevejo que esse projeto será, artística, cultural, espiritual e geograficamente, minha melhor ilustração dessa ideia”, conta Vitor.

As músicas apresentadas no programa O Sul em Cima são: Stradivarius, Angel Station, Contraposto, Satolep Fields Forever, Campos Neutrais, Labirinto, Isabel, Terra (Tierra), Se eu Fosse Alguém (Cantiga), Palavra Desordem, Duerme Montevideo e Ana (Sara).

http://www.vitorramil.com.br/
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