O Sul Em Cima 26 – BANDA SELTON

O SUL EM CIMA dessa semana vai mostrar o trabalho da BANDA SELTON.
Consolidado na Itália após dar os primeiros passos na Espanha, o quarteto brasileiro Selton lança “Saudade” (Ghost Records, 2013), terceiro CD da banda, álbum que reúne composições em inglês, italiano e português.

Gravado entre agosto e novembro de 2012, em Milão, cidade-base da banda vinda de Porto Alegre, a obra climatiza em pouco menos de 30 minutos a desprendida energia de RAMIRO LEVY (voz, guitarra e ukelele), RICARDO FISCHMANN (voz, guitarra e sintetizador), EDUARDO STEIN DECHTIAR (voz e baixo) e DANIEL PLENTZ (voz, bateria e drum machine).
Tudo começou em Barcelona quando, por acaso, os gaúchos Eduardo Dechtiar e Ramiro Levy encontraram os antigos colegas de escola Ricardo Fischmann e Daniel Plentz, em 2006. Estavam na faculdade e resolveram fazer intercâmbio pela Europa. Então, para se manterem nesse período, resolveram montar uma banda, tocando em parques e ruas da cidade espanhola. Passados dois anos, o som dos porto-alegrenses agradou aos ouvidos de um produtor da MTV Italiana. Daquele encontro, surgiu o convite do produtor musical Gaetano Cappa para trocar o espanhol pelo italiano e se mudar para Milão.
Primeiro disco: Inspirados pelo compositor Enzo Jannacci, o Selton regravou canções tradicionais da Itália numa estética mais roqueira e com letras em português, resultando no disco Banana à Milanesa (Barlumen Records, 2008), que chamou a atenção da crítica local.
Em 2010, a banda expandiu sua repercussão na Itália com um surpreendente álbum de composições próprias, escritas em português e inglês: 0 CD SELTON.
Publicações como  Rolling Stone e Internazionale destacaram o disco como um dos grandes lançamentos daquele ano e os músicos embarcaram em turnê pelo país. Bélgica, Portugal, Inglaterra e Alemanha também acolheram os porto-alegrenses.
SAUDADE
Movido pelo espírito aventureiro de permanecer como se estivesse na terra pátria em cada um dos países que acolheram sua música, o Selton convocou para a produção de Saudade o engenheiro de som italiano Tommaso Colliva, conhecido por trabalhos com Franz Ferdinand e Muse.
Mas é o Brasil que o grupo celebra na primeira faixa do disco, “Qui Nem Giló (Saudade)“, de autoria do rei do baião Luiz Gonzaga, que conta com a colaboração do multi-instrumentista Arto Lindsay. Outro músico que colabora no álbum é o compositor Dente, importante nome da cena italiana atual. Além de auxiliar no processo de tradução de algumas faixas para a língua local, ele canta na versão alternativa de “Drunken Sunshine”, lançada apenas na edição em CD comercializada na Itália.  Essa versão se chama Piccola Sbronza.
O álbum já rendeu longa turnê européia, que incluiu Milão, Roma, Florença, Bolonha, Nápoles e Turim, entre outras cidades italianas, passou por Londres, Paris e Berlim, e deixou saudade no Brasil – em sete dias no país, eles visitaram São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Desde a primeira turnê brasileira em maio de 2013, o disco “Saudade” teve um reconhecimento importante por parte da crítica.
“-É uma sensação estranha e, ao mesmo tempo, muito estimulante para a gente. Quando saímos de Porto Alegre, há oito anos, nem sequer imaginávamos que a banda viesse a existir. Hoje, a Selton é o centro das nossas vidas e, pela primeira vez, está começando a chegar no Brasil de maneira mais sólida, – diz Ramiro”.
Vamos ouvir então no programa O Sul Em Cima o som da Banda Selton!  Divirtam-se e comentem!

Ouçam Aqui – Programa 26

Programa 26/2014 – BANDA SELTON – Parte 1

Programa 26/2014 – BANDA SELTON – Parte 2

Contatos:
http://www.seltonmusic.com
https://www.facebook.com/seltonmusic?fref=ts

O Sul Em Cima 25 – MERCEDES SOSA

O SUL EM CIMA Especial dessa edição, faz uma homenagem a MERCEDES SOSA.

Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 – Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina, uma das mais famosas na América Latina. A sua música, tem raízes na música folclórica argentina. Ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs, devido à ascendência ameríndia, ficou conhecida como a voz dos “sem voz”.

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, cidade onde foi assinada a declaração de Independência da Argentina em 9 de julho de 1816, na casa de propriedade de Francisca Bazán de Laguna, que foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941. Nascida no dia da Declaração da Independência, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que a “pátria só temos uma”. Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.
Sua ascendência era mestiça (mistura de europeus com amerindios): francesa e dos indígenas do grupo diaguita. Sua carreira se iniciou em 1950, aos quinze anos de idade, quando Sosa venceu uma competição de canto organizada por uma emissora de rádio de sua cidade natal e ganhou um contrato para cantar por dois meses.

Carreira

Em 1961 grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra (publicado em 1962). Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país. Sosa e seu primeiro marido, Manuel Óscar Matus, com quem teve um filho, são peças chave no movimento musical da década de 1960 conhecido como nueva canción. Em 1965 lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folcloricas da Argentina. Em 1967 faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional. Em 1970 grava Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna. Em 1971 grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção “Gracias a la vida”. Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.

Nos anos seguintes interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como Leõn Gieco, Chaly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, quanto com internacionais como Chico Buarque, Raimundo Fagner, Daniela Mercury, Milton Nascimento, Kleiton & Kledir, Caetano Veloso, Gal Costa, Sting, Andrea Bocelli, Luciano Pavarotti, Nana Mouskouri, Joan Baez, Silvio Rodriguez e Pablo Milanés. Mais recentemente, grava com a colombiana Shakira, cantora latino- americana de maior sucesso no exterior.
Após a ascenção da Junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida de seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.
Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.

O repertório de Sosa continou a ampliar, tendo gravado um dueto com a sambista Beth Carvalho, intitulado “So le pido a Dios”, cada uma cantando em seu idioma. Em 1981 gravou o sucesso “Años” com o cantor cearense Fagner. Também gravou com Kleiton & Kledir, as músicas Vira Viró (Kleiton Ramil) e Siembra (José Fogaça e Vitor Ramil). Seu último álbum, Cantora, traz duetos com artistas que são referência na música latino-americana.
Sosa era Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO para a América Latina e o Caribe. Em 2000, ela ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de música folclórica por Misa Criolla, feito que repetiria em 2003 com Acústico e em 2006 com Corazón Libre. Sua interpretação de “Balderrama” de Horacio Guarany, fez parte da trilha-sonora do filme de 2008 Che, sobre o lendário guerrilheiro argentino Che Guevara.
Mercedes Sosa se foi aos 74 anos e idade em 4 de outubro de 2009, mas está eternizada pela grandiosidade de sua obra.

Ouçam Aqui: Programa 25/2014

Programa 25/2014 – MERCEDES SOSA – Parte 1

Programa 25/2014 – MERCEDES SOSA – Parte 2

http://www.mercedessosa.com.ar/
https://www.facebook.com/mercedessosaoficial?fref=ts
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercedes_Sosa

O Sul Em Cima 24 – MILONGAS

O SUL EM CIMA dessa semana mostra várias versões  de músicas do ritmo chamado MILONGA  ou que tenham ligação com esse ritmo contagiante.

A Milonga é chamada por ritmo rioplatense porque é comum na área da Argentina, Uruguai e no Sul do Brasil. Embora o ritmo seja muito conhecido na Argentina, teve muita influência no RS, formando parte das tradições gaúchas.

O termo “milonga” vem de uma palavra africana que significa – palavra -. Ao parecer também fazem a relação as origens com alguns tipos de danças africanas que se dançavam entre um homem e uma mulher, o que também se tornou uma característica da milonga. A princípio, a milonga era um tipo de poema cantado, onde as letras eram mais importantes que a música.
Quando esse ritmo foi evoluindo, as músicas viraram mais complexas e um pouco mais rápidas. Esse ritmo surgiu no século 19 com os gaúchos argentinos e depois se introduziu ao Brasil pela fronteira com Argentina. Era uma música principalmente cantada pelos “payadores” acompanhados pelo violão, logo depois se incorporaram instrumentos como a flauta, o piano e o violino. A milonga foi influenciada por outros ritmos como o candombe, a mazurca e a valsa, e foi se formando o tango, ritmo que se tornou famoso mundialmente e foi evoluindo paralelamente a milonga.
O termo milonga depois ficou conhecido por ser uma dança, similar ao tango. Porém o jeito de dançar milonga muda por regiões, por exemplo, a milonga riograndense gaúcha é uma dança calma. Pelas influências à dança, ela possui giros lentos entre outros cortantes, lembrando os ganchos e sacadas do tango.

Existem diferentes características deste ritmo e dependem da região  (Argentina, Uruguai ou Rio Grande do Sul). Por exemplo a Milonga Pampeana ou milonga tradicional é conhecida geralmente por ter andamento lento, em compasso 4/4 ou 2/4, tonalidade menor, ou usando escalas menores quando tem tonalidade maior, o que dá uma sensação de melancolia.

Segundo algumas fontes, em 1968 o conjunto Farroupilha gravou pela primeira vez uma milonga no RS, chamada “Milonga do Bem Querer”, que apresentamos no programa.

Vamos ouvir em O Sul Em Cima dessa edição algumas versões de Milongas interpretadas por vários artistas do Sul do Brasil, do Uruguai e Argentina.

Músicas:

1- Corazoncito   (1928) -Carlos Gardel (Rafael Rossi / José Rial)

2- Milonga Del Angel  – Astor Piazzolla y su Quinteto Tango Nuevo
3-Milonga do Bem Querer – Conjunto Farroupilha – 1968
4-Siembra – Kleiton & Kledir e Mercedes Sosa (Vitor Ramil e Fogaça)
5- Milonga para as Missões – Renato Borghetti (Gilberto Monteiro)
6- Milonga Borgeana – Pery Souza e Jaime Vaz Brasil – Part. de Vitor Ramil  (Pery Souza e Jame Vaz Brasil)
7-Milonga do Campo Largo – Luiz Marenco
8-Frontera – Jorge Drexler  (Vencedor do Oscar de Melhor canção original “Al Otro Lado Del Rio” incluído no  filme Diários de Motocicleta de Walter Salles em 2004)
9-Milonga de Todos os Lugares – Richard Serraria e Daniel Drexler (Pirisca Greco,Pablo Grinjot e Zelito)
10-Desgarrados – Victor Hugo (Mário Barbará Dornelles, Sérgio Napp)
11-Milonga Blues – Oly Jr.
12-Milonga para los Perros – Projeto Ccoma (Luciano Balen e Roberto Scopel)
13-Milonga Orientao – Bebeto Alves e Humberto Gessinger
Ouçam Aqui – Programa 24
Fontes; 
http://musicagaucha123.blogspot.com.br/p/milonga.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Milonga
Agradecimentos: Gisela D’avila (sugestão e seleção de músicas)