O SUL EM CIMA 39 / 2021

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.Nessa edição de O Sul em Cima, vamos mostrar os trabalhos de Elza Soares, Maria Lúcia Sampaio, Cardo Peixoto e Cores de Aidê


ELZA SOARES – Elza Gomes da Conceição (RJ 23/06/1930) – Com uma voz rouca inconfundível, Elza Soares conquistou o coração do Brasil se tornando um dos grandes nomes da nossa música popular. Elza nasceu na favela carioca de Moça Bonita (atual Vila Vintém). A menina começou a cantar com o pai, que gostava de tocar violão nas horas vagas. Teve uma infância dura e subitamente interrompida pelo casamento, pois o pai de Elza obrigou a menina a casar-se quando ela tinha apenas 12 anos. Trabalhou como encaixotadora em uma fábrica de sabão no Engenho de Dentro. Em 1953 ingressou na vida artística ao fazer seu primeiro teste na Rádio Tupi, no programa de calouros Ary Barroso, tendo ficado em primeiro lugar. No início da carreira, também trabalhou na Orquestra Garam Bailes, como crooner, até 1954. Em 1959 foi contratada para trabalhar na Rádio Vera Cruz e em 1960, atuou o Festival Nacional da Bossa Nova. Três anos mais tarde, Elza foi representante do Brasil na Copa do mundo no Chile.

Elza Soares ficou conhecida por uma série de sucessos. Em 1999, foi eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no projeto The Millennium Concerts , da rádio inglesa, criado para comemorar a chegada do ano 2000. Além disso, Soares aparece na lista das 100 maiores vozes da música brasileira elaborada pela revista Rolling Stone Brasil.  Os altos e baixos têm se alternado em mais de 60  anos de atividade musical, e as sucessivas voltas por cima tornam ainda mais altiva uma trajetória que, em anos recentes, tem se pautado fortemente pela resistência feminista, antirracista e anti-homofóbica. O disco Deus É Mulher, de 2018, tornou explícita a militância feminina, mas a veia lutadora é antiga e se esparrama, desde o início, por trabalhos suingados de títulos eloquentes como a bossa negra (1961), Somos todos iguais (1985) e Planeta Fome (2019). As palavras de ordem de Elza jamais são proferidas da boca para fora e vêm emolduradas por um dos maiores vozeirões da história da música brasileira.  Músicas: 01 – O Tempo Não Pára – Arnaldo Brandão / Cazuza  // 02 – Bla Bla Blá – Gabriel Contino, DJ Meme, André Gomes, Michael Sullivan, Paulo Massadas, Bnegão e Pedro Loureiro – Feat. Bnegão e Pedro Loureiro // 03 – Lírio Rosa – Pedro Loureiro e Luciano Mello

MARIA LÚCIA SAMPAIO (Giba Giba na voz de Maria Lúcia) – Maria Lucia há muito pretendia divulgar o trabalho do grande compositor e percussionista gaúcho, seu amigo Giba Giba. Em 2005, apresentou em Porto Alegre o show “Um outro um – canções de Giba Giba e seus parceiros”, com a participação do compositor. Dois anos depois, em 2007, gravou algumas destas canções, compostas no final dos anos 1970 e início dos 1980 com a perspectiva de lançar o trabalho em CD.  Mas, a cantora mudou de cidade, abandonou a carreira e o trabalho foi interrompido. Em 2014, Giba Giba faleceu. Agora, 14 anos depois, a intérprete retoma seu projeto de tornar conhecido para o grande público o trabalho musical de Giba Giba e seus parceiros, divulgando nas plataformas digitais dez canções (em 9 faixas) do compositor em um álbum denominado “Giba Giba na voz de Maria Lucia”. São seis canções gravadas em estúdio com a participação de Giba Giba em duas delas, na companhia de Toneco da Costa (arranjos e violão), Fernando do Ó (percussão), Franco Salvadoretti (flauta), Thiago Carretero (violão), sob a batuta de técnico de som Bruno Klein, do estúdio Porta da Toca.  A estas seis foram acrescentadas ao álbum outras quatro, gravadas ao vivo em 2005, também por Bruno Klein, com arranjos e violão de Toneco da Costa, Thiago Carretero no violão, mas desta vez com Giovanni Berti na percussão. 

O pelotense Gilberto Amaro do Nascimento, ou melhor, Giba Giba segundo o jornalista Juarez Fonseca “figura na nossa galeria de personagens eternos”. Para o jornalista Cláudio Brito, ele “não era gente, era uma entidade”. Este homem cheio de idéias inovadoras era um ativista cultural que fez muito pela nossa cultura. Autodidata, além de percussionista, Giba Giba foi um compositor de grande riqueza criativa. Seu trabalho demonstra grande preocupação social e é atual ainda hoje. Suas elaboradas melodias transpiram Brasilidade! Mas, infelizmente, seu trabalho como compositor é pouco conhecido pelo público e a canções registradas em “Giba Giba na voz de Maria Lucia” são só uma pequena amostra de seu trabalho.   Músicas: 01 – Outro Um – Giba Giba e Xiko Mestre (com a participação de Giba Giba na percussão e vocal) // 02 – Sempre Sempre – Giba Giba e Maria Betânia Ferreira // 03 – As e A Velha – Giba Giba (com participação de Giba Giba)

CARDO PEIXOTO é músico, compositor, produtor musical e professor de canto. Natural de Pelotas, radicado em Caxias do Sul, há 12 anos. Sua discografia conta com quatro álbuns: Rota da Estrela (2002), Canções de Armar e Desarmar (2007), As Estações (2015) e Menino Brasileiro (2017); além de participações em diversas coletâneas. Em junho de 2020 lançou o EP Precisão, onde os poemas de Valder Valeirão foram musicados por Cardo Peixoto.  Já fez shows em vários estados do Brasil, além de Uruguai, Holanda, Bélgica e Alemanha. Integra o Projeto Dandô – Circuito de Música Dércio Marques, já no sétimo ano e promove, de forma colaborativa e autônoma, a circulação de artistas de raiz brasileira, abrangendo seis estados: além de Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela, na América Latina; e Portugal, Espanha e França, na Europa. Atualmente é coordenador do Dandô, no Rio Grande do Sul, onde o circuito passa por 13 cidades.

Minas + Eu é o novo álbum de Cardo Peixoto. São 10 canções, compostas em parcerias com poetas/letristas mineiros. O projeto é uma homenagem à música mineira, parte importante nas referências do artista. O álbum foi gravado nos meses de julho, agosto e setembro de 2020. Cardo Peixoto executou todos os instrumentos e vozes, exceção para as violas da música Eiras e Beiras, gravadas por Osni Ribeiro. Músicas: 01 – Esquinas de Minas – Cardo Peixoto e Guerá Fernandes // 02 – Eiras e Beiras – Cardo Peixoto e Alexandre Heilbuth – Participação de Osni Ribeiro (viola caipira) // 03 – Quando a canção nos toca – Cardo Peixoto e Marília Abduani 

CORES DE AIDÊ (Florianópolis / SC)  – Cores de Aidê nasceu no dia 21 de fevereiro de 2015, no Morro do Quilombo, em Florianópolis. Um grupo de mulheres se uniu para viver a arte e mergulhar no universo percussivo do Samba Reggae. A partir dessa influência afro brasileira, surgiram composições próprias, arranjos, coreografias e principalmente relações baseadas na liberdade e no respeito a união de etnias. Em 2018, lançou o seu primeiro álbum, intitulado “Quem é essa mulher?”, projeto contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura, que aborda o protagonismo feminino em sua diversidade.  Músicas:  01 – Aidê Mulher – Dandara Manoela // 02 – Giramundo – Roberta Funchal e Dandara Manoela // 03 – Negra – Iara Germer 

Contatos:

https://www.instagram.com/elzasoaresoficial/

https://www.instagram.com/marialuciapsampaio/

https://www.instagram.com/cardopeixoto/

https://www.instagram.com/coresdeaideoficial/

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