RAUL E MARCIA

O Sul em Cima – Raul Boeira

O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho de RAUL BOEIRA, em especial músicas do seu mais recente CD – CADA QUAL COM SEU ESPANTO – lançado em 2016.

Sempre que perguntam sobre sua carreira, ele diz: “Não tenho carreira, sou um amador e toco violão pra brincar, nas horas vagas”. No entanto, ainda que nunca tenha atuado como músico profissional, o compositor RAUL BOEIRA é uma referência na música de Passo Fundo. Chegou à cidade em 1974, aos 17 anos, e desde então “vive rondando” – como gosta de dizer – a cena musical. Aos 60 anos de idade, acaba de lançar o seu segundo CD com canções próprias. “Cada qual com seu espanto” foi gravado em fevereiro de 2016, no Yahoo Estúdio (Rio), sob a direção musical de Dudu Trentin.

No final de 2014, Raul e sua esposa, Márcia Barbosa, professora de Literatura da Universidade de Passo Fundo, começaram a letrar algumas melodias que estavam na gaveta: “a parceria deu tão certo que, em dois meses, aprontamos dezessete canções muito boas, e só aí é que passamos a pensar em fazer um disco. Fomos ao Rio, mostramos o material a Dudu Trentin, que topou comandar a produção musical”.

A banda base que gravou tem Dudu Trentin (pianos, teclados e programações), Eduardo Farias (piano, flautas e sax soprano), Marco Vasconcellos (violão e guitarras), André Vasconcellos (baixo acústico e elétrico) e Jurim Moreira (bateria). Como convidados, atuaram Jessé Sadoc (flugelhorn e trompete), Bruno Santos (trompete), Marcelo Martins (sax tenor e flauta), João Carlos Coutinho (acordeom), Sidinho Moreira e Ian Moreira (percussão). Celso Fonseca: como convidado especial, tocou violão e cantou em uma faixa.

DADOS BIOGRÁFICOS

Raul Boeira (Porto Alegre-RS, 1956) ouve música desde que nasceu. O pai era gaiteiro. Em casa, o rádio tocava o dia todo. E quando tinha uns 11 anos, não perdia os programas musicais da TV: Jovem Guarda, O Fino da Bossa, os festivais da Record, os cartoons dos Beatles, Som-Livre Exportação, Concertos para a Juventude… Aos 15, foi trabalhar como office-boy de um escritório de advocacia e o primeiro salário se transformou em um violão usado. Dois amigos o ensinaram a tocar Beatles, Stones…

DEIXANDO A CAPITAL

Em 1974, quando tinha 17 anos, a família se mudou para Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul. Arranjou emprego como auxiliar de escritório e, nas horas vagas, “grudava no violão”. Percebeu, então, que toda aquela música que ouvira antes de partir para o instrumento (bossa, tropicália, música orquestrada americana, a soul music, os concertos) estava gravada na sua mente. “Com os acordes naturais que havia aprendido tocando rock não era possível tocar canções com harmonias mais elaboradas.” Nessa época, começaram a surgir nas bancas as VIGU. Graças a elas, aprendeu a tocar Caetano, Chico, Milton, Elis… Havia, enfim, encontrado a sua praia, a MPB.

Em 1976 se aproximou de uma turma de garotos que tocava pelas esquinas da Vila Cruzeiro. Nessa época, já comprava discos de jazz, Hermeto, Gismonti, e, claro, muita MPB. Os amigos da esquina (Alegre Corrêa, Ronaldo Saggiorato, Guinha e outros) logo se tornaram ótimos instrumentistas e ganharam o mundo. Raul, por outro lado, seguia trabalhando e estudando, e não tinha como se dedicar à música a ponto de alcançar o mesmo nível técnico deles: “Eu nunca vou tocar tão bem assim… meu negócio é compor e ficar tocando em casa”.

SURGE O COMPOSITOR

Em 1977 fez a primeira música e não parou mais. Tem umas 150 prontas. As fitas cassete que gravava e presenteava aos amigos foram se multiplicando e ganhou a fama de compositor. Em 1979 ingressou no Ministério da Fazenda, de onde saiu em 2013. No início dos anos 80 teve aulas de harmonia com Dudu Trentin: “Passei a entender melhor aquilo que eu tocava, a formação dos acordes, suas funções, o campo harmônico maior…”.  Em 1989, teve duas canções lançadas na Europa, pelo Mato Grosso Group, do qual faziam parte Alegre, Ronaldo e Dudu Trentin, além de Fernando Paiva e Marcelo Onofri. A partir daí, seu trabalho musical passou a ter visibilidade e muitos artistas, como Leonardo Ribeiro, Ana Paula da Silva, Mirianês Zabot, Lili Araújo, Ita Arnold, Vitor Kardoso, Tiago de Moura e outros, gravaram suas canções. O samba Negro Coração, uma parceria com Alegre, é um hit nos bares e está no repertório de muitos intérpretes. “Clariô”, outra parceria com Alegre, integra o cd Joe Zawinul 75, premiado com o Grammy 2010 de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo.

Em 2008, Raul Boeira lançou “Volume Um”, com doze canções autorais, também produzido pelo amigo e antigo professor Dudu Trentin, e gravado no lendário estúdio Nas Nuvens (de Liminha e Gilberto Gil). Importantes instrumentistas do país, como Lula Galvão, Ricardo Silveira e Torcuato Mariano estão no disco.

Sobre Volume Um, o escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, escreveu:

Assim como a onda é redonda e eterna, assim as tuas melodias parecem existir desde sempre. Não se sente o labor do músico em criá-las; esse é, penso eu, o melhor que se pode dizer acerca da qualidade artística de um criador. São assim as obras-primas: ninguém pensa que alguém as criou, um dia. Falo tudo isso como escritor que pensa ter adquirido algum juízo crítico quanto aos poemas, mas também como músico que fui por 15 anos, da OSPA [violoncelista]. E tanto o músico como o escritor te dizem, os dois, parabéns! Belo é saber de tua existência. E que sigas assim, alegrando-nos e fazendo-nos percorrer as ilhas musicais do Brasil.

Vamos ouvir no programa O SUL EM CIMA, as músicas de seu mais recente CD ” CADA QUAL COM SEU ESPANTO”. Músicas de Raul Boeira, letras de Raul Boeira e Márcia Barbosa e Direção Musical de Dudu Trentin. Gravado no Yahoo Estúdio (Rio), em fevereiro de 2016.

O programa ainda conta com a participação especial da Isabela Domingues nos comentáriosO programa está imperdível!!

PARTE 1:


PARTE 2:

 

Contato e pedidos:

facebook.com/raulboeiramarciabarbosa

raulboeira@gmail.com

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O Sul em Cima – Danadões

O Sul em Cima dessa edição, mostra o trabalho dos DANADÕES, um duo formado por Robson Almeida e Marcelo Astiazara e que a cada dia vem conquistando seu espaço com músicas alegres e contagiantes.

Robson Almeida e Marcelo Astiazara nasceram e cresceram em Tramandaí, cidade do litoral norte do Rio Grande do Sul, conhecida como a capital das praias gaúchas. Ambos começaram a carreira musical muito cedo, porém separadamente. Robson era guitarrista e vocalista da banda  Corte Real e Marcelo participava da banda Os Taxons e do projeto/tributo Sarau Beatles.  Acumularam muita experiência musical, participaram de festivais de música, aprenderam a criar composições e amadureceram como profissionais.

Ao fim de 2011, começam juntos o projeto: “DANADÕES”. A idéia do nome seria trazer algo da essência e da nostalgia da Jovem Guarda. Robson e Marcelo apresentam com os Danadões uma música pop vibrante influenciados pelo Pop Rock Britânico dos Anos 60, a música folk e a música popular brasileira.
Em 2012 lançaram o CD independente “Nosso Disco” com 11 faixas, sendo 10 autorais e 1 cedida por K&K (Autorretrato). O “Disco” foi gravado e produzido pelos músicos Robson Almeida, Marcelo Astiazara e por Thiago Henrich, da banda The Darma Lovers, em seu estúdio em Parobé (RS). Essencialmente, o disco traz o amor como tema principal.

“O Mundo” é o novo CD da dupla Danadões. O trabalho já está finalizado e chegou ao mercado no Final de ano (2016)cheio de novidades. O CD tem 12 músicas e a faixa título passa uma mensagem de otimismo, fala da busca por um mundo melhor. “Estamos passando por um momento complicado no mundo. As pessoas estão precisando de mais esperança. Até por isso decidimos lançar perto das festas de final de ano, já que nesta época as pessoas estão mais abertas a essas mensagens”, explica Robson Almeida. A dupla, por seu figurino e estilo teatral bem humorado, tem grande identificação com o público infantil. Mas, ao contrário do primeiro trabalho “Nosso Disco”, este CD trata de diferentes temas, sem esquecer da criançada. Tanto que a faixa título foi dedicada a este público. “Foi pensando nestes fãs que a canção foi produzida. Sempre vamos lembrar desses fãs, até porque as crianças são muito importantes nesta busca por um mundo melhor, que falamos na canção”, explica Robson Almeida. O novo trabalho tem participação especial da dupla Kleiton e Kledir, na faixa “Mágico Estrambólico.” Não é a primeira vez que as duplas se aproximam. A identificação veio ainda no primeiro CD. A canção, “Autorretrato” foi um presente da dupla pelotense para os guris de Tramandaí. “Eles já eram nossos ídolos. Fomos nos aproximando pela internet. Quando fizeram shows em Tramandaí e Porto Alegre cantamos juntos. Eles já cantaram músicas nossas em programas de rádio e a amizade foi crescendo, até o convite de participação no nosso novo trabalho”, conta Marcelo Astiazara. O CD tem ainda regravações da banda Pública, na faixa “Long Plays” e da banda Maria do Relento na canção “Nem todo dia é igual.” O CD foi gravado entre 2015 e 2016 no estúdio Áudio Works de Parobé, Vale do Paranhana. Conta ainda com participação dos músicos Thiago Heinrich, Duda Rocha, Chico Paz e Jef. E na faixa-título “O Mundo” tem participação de crianças da cidade.

Os Danadões vem buscando conquistar o seu espaço, realizando apresentações em programas de rádio e TV e fazendo shows vibrantes por onde passam. Os Danadões querem é fazer com que as canções da dupla cheguem aos ouvidos de todo o Brasil e do mundo e deixar a sua marca na música popular de boa qualidade.

 

Contatos:

https://www.facebook.com/danadoesoficial/

http://www.danadoes.com.br/

 

Ouça agora:

Parte 1

Parte 2

RUY FARIA_

O Sul em Cima – Ruy Faria

O SUL EM CIMA dessa edição é dedicado a RUY FARIA e mostra músicas de seus discos “Amigo é Pra Essas Coisas” e “Ruy Faria – 50 anos de carreira”.

RUY FARIA

Nascido no dia 31 de Julho de 1937, no Município de Cambuci, no Rio de Janeiro, Ruy Alexandre Faria é um cantor, compositor e produtor musical. Filho de Enedina Alexandre Faria, que tocava piano e Octávio Faria, segundo pistom de uma banda, iniciou suas atividades musicais como crooner do “Boêmios do Ritmo”, um conjunto de baile de Santo Antônio de Pádua (RJ). Em Niterói, com Gerardo, Gilberto Peruzinho formou o Trio Alvorada, cover do Trio Irakitan e atuou como músico, cantor e ator no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Carlos Vereza, João das Neves e Oduvaldo Viana Filho, entre outros. Em 1964, integrou o Conjunto do CPC, um embrião do que viria a ser o MPB-4, que em 1965 por força do golpe militar de 64, virou profissional, em São Paulo. Formou então um dos principais grupos musicais da MPB, ao lado de Magro, Miltinho e Aquiles e fez parte do MPB-4 até o ano de 2004.

Paralelamente ao seu trabalho com o MPB-4, Ruy gravou em 1984 com produção e direção próprias, o  disco solo “Amigo é pra essas coisas”, com direção musical do maestro Luiz Antônio e a participação do Chico Buarque, do Quarteto em Cy, MPB-4 e o violino de Kleiton Ramil. Com o repertório básico deste disco e textos de Millôr Fernandes, Ruy fez shows individuais em várias partes do mundo – todas elas no Brasil, como diria o próprio Millôr. Atuou como diretor artístico e produtor musical de um disco de Roberto Nascimento e do LP “Pronta pra consumo”, de Cynara, do Quarteto em Cy, com quem foi casado e teve três filhos: João, Irene e Francisco.

Ruy foi responsável por assinar inúmeros roteiros para espetáculos do MPB-4, como “Canções e momentos”, “Feitiço carioca” (em homenagem a Noel Rosa em 1987), “Melhores momentos” (em homenagem aos 30 anos do Canecão/RJ) e, com Miguel Falabela e Maria Carmem, “Arte de cantar” (em comemoração aos 30 anos de carreira do grupo). Atuou também como diretor artístico do CD “Melhores momentos”, gravado ao vivo pelo MPB-4 no Teatro Rival. Participou de projetos como roteirista e diretor geral de shows de Danilo Caymmi; Marisa Gata Mansa e Reinaldo Gonzaga em homenagem à obra de Antonio Maria; Do show de lançamento do CD da cantora Dora Vergueiro e do show de lançamento do instrumentista, compositor e cantor Kiko Furtado.

Ao deixar o MPB-4, após 40 anos de trabalho em conjunto, Ruy fez shows em dupla com o compositor Carlinhos Vergueiro, no Rio de Janeiro e em 2005, lançaram juntos o CD “Dupla brasileira – Só pra chatear”, reverenciando duplas que marcaram o cenário da música popular brasileira, como Francisco Alves e Mário Reis, Cascatinha e Inhana, Zé e Zilda, Jackson do Pandeiro e Almira, Joel e Gaúcho, Jonjoca e Castro Barbosa, Toquinho e Vinicius, Irmãos Tapajós e ainda Cynara e Cybele.

Em 2008, Ruy adaptou e dirigiu o espetáculo musical “Calabar”, de Chico Buarque e Rui Guerra, no Teatro Niemeyer, Niterói.

Ruy Faria lançou em 2016 o álbum “Ruy Faria – 50 anos de carreira”  lançado pela PlayRec Music com participações especiais do pianista Edu Toledo e da violinista Lara Salustiano e pode ser baixado no ITunes, Google Play Music, Spotify, entre outros.

Vamos ouvir no programa O SUL EM CIMA, as músicas dos álbuns Amigo é Pra Essas Coisas e Ruy Faria – 50 Anos de Carreira::

1 – AMIGO É PRA ESSAS COISAS –  (Aldir Blanc / Silvio da Silva Júnior)  -Participação : Chico Buarque

2 – CACO VELHO – (Ary Barroso) -Participação: Kleiton Ramil

3 – AMAR DE NOVO – (Magro Waghabi / Miltinho “MPB4”) – Participação: MPB4 / Quarteto em Cy

4 – NÓS DOIS – (Milton Nascimento / Luiz Avellar)

5 – TROCANDO EM MIÚDOS – Chico Buarque / Francis Hime

6 – COMO FUE – Ernesto Duarte

7- BEATRIZ – Chico Buarque / Edu Lobo

8- MEDO DE AMAR – Vinícius de Moraes

9- DESENHO DE GIZ – João Bosco

10- ABRAZAME ASÍ  –  Mário Clavell

11- SE EU QUISER FALAR COM DEUS –  Gilberto Gil

12- ESTATE –   Brighenti – B. Martino

13- LA PUERTA –  Luís Demetrio

14 – VALSA TRISTE –  Edu Toledo / Paulo César Feital

 

PARTE 1 –

PARTE 2 –

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O Sul em Cima – PURAHÉI TRIO

O SUL EM CIMA nº 1 de 2017 é dedicado ao grupo PURAHÉI TRIO, formado por ROMY MARTÍNEZ (Paraguai), CHUNGO ROY (Argentina) E MAIARA MORAES (Brasil).

Depois do primeiro disco do grupo (Paraguay Purahei), que foi um trabalho feito usando o cancioneiro paraguaio como matéria prima, este projeto propõe a partida de seu ponto de origem em direção a novas paisagens. Percorrendo os caminhos dos rios, desde a foz até o encontro com o mar, a poética que percorre todo o imaginário deste trajeto é construída em torno do da água. Água como caminho. Água como modo de sobrevivência. Água como o tempo que passa.

E ao fim da jornada que se empreende chegam novas paisagens, novas perspectivas, mas chega também a saudade, a nostalgia. Se recriam as imagens de um passado idealizado, vivido ou não, as lembranças e os sentimentos da infância, da família, do povoado, da terra. As idealizações de um Brasil profundo que, mesmo quem não o viveu, carrega consigo, quem sabe através de uma memória coletiva, compartilhada.

O projeto foi selecionado no primeiro lugar do Prêmio da Música Catarinense/Edital Elisabete Anderle 2014, e tem como ponto de partida pesquisar as músicas de uma região que pouco se conhece e que pouco lugar tem nas projeções do que seria a identidade cultural brasileira. É uma região muito ampla, as fronteiras que o Brasil possui com dois países: Paraguai e Argentina, ou seja, os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. E embora tenha tido uma produção cultural – aqui falamos de música – que foi extremamente popular em diversos momentos da história da música brasileira, pouco é reconhecida como representante de uma brasilidade.

Longe dos estereótipos do carnaval, do samba, do país tropical, esta música e sua poética estão ligadas às imagens calmas do pampa e da margem do rio, usa palavras e expressões que vêm do espanhol, do guarani, toma forma através de gêneros como a guarânia, o chamamé e a milonga. Todas essas formas de expressão que são tão paraguaias e argentinas, quanto brasileiras.

Assim foi escolhido e arranjado o repertório. Contemplando diversos gêneros, regiões, compositores contemporâneos e tradicionais, a temática que unifica as canções escolhidas é o cantar desta terra através das letras e das formas musicais. Os arranjos buscam ressignificar e renovar este repertório por vezes esquecido dentro do cancioneiro da música popular brasileira.

Alguns clássicos da música mato-grossense receberam novas versões, como Tocando em Frente e Sonhos Guaranis. Paulo Simões, co-autor de Sonhos Guaranis, ao ouvir a versão em guarani e a gravação de sua canção feita pelo trio, disse: “Romy, fiquei emocionado em dobro, ouvindo seu belo trabalho (e de seus companheiros) e, em seguida, lendo suas palavras tocantes (referindo-se à versão). Realmente, às vezes, compor canções pode valer muito a pena”. Outra música muito conhecida que recebeu novo arranjo foi Tristeza do Jeca, ressaltando a forte influência que a música caipira (e brasileira de uma forma geral) recebeu da música latino-americana e paraguaia, mais especificamente.

PURAHEI TRIO

Maiara Moraes é flautista. Sua formação começou em Florianópolis – cidade onde cresceu – e passou pelo Conservatório de Tatuí, EMESP (SP), Escola Municipal de São Paulo, professores particulares em Buenos Aires e São Paulo. Sempre se dedicou ao estudo da música popular latino-americana, especialmente a brasileira,com foco na interpretação e improvisação dentro dos gêneros. Atualmente participa de diversos grupos de forró, samba, choro e música instrumental, além de ser mestranda em música na UNICAMP, onde, sob orientação do Prof. Dr. Rafael dos Santos, realiza uma pesquisa sobre o grande flautista Copinha, falecido em 1984.

Chungo Roy é pianista, arranjador e compositor, nascido na cidade de Posadas (Misiones/AR). Desde 1999 reside em Buenos Aires onde se apresentou ao lado dos músicos mais importantes da cena musical de Buenos Aires e Montevideo como Rubén Rada, Pipi Piazzolla, Ramiro Flores e Osvaldo Fatorusso. No quinteto de Daniel Maza como tecladista, arranjador e compositor; no grupo de Matias Mendez como tecladista; além de desenvolver seu projeto como pianista e compositor ao lado de Ezequiel Canteros, Andrés Pellican e Pablo Gonzalez. Em 2015 finalizou a Diplomatura em Música Argentina, sob direção de Juan Falú e Lilián Saba, na qual se especializou em estilos como tango, chacarera, gato, zamba, milonga e música litoraleña. Tendo em sua formação diversas influências como do folclore argentino, jazz e música clássica, em seu trabalho criativo busca expandir os estilos tradicionais – harmonias e melodias – trazendo novas sonoridades a esta música.

Romy Martínez é cantora, pesquisadora e compositora /versionista. Nascida em Cidade do Leste (Alto Paraná, PY), sua carreira e formação acadêmica transcorrem entre o Paraguai, Brasil e Argentina. É proficiente em espanhol, português, guarani e inglês. Desenvolve projetos de música e pesquisa com artistas e gêneros de diversas nacionalidades, principalmente os inter-relacionam a diversidade cultural da região do Cone Sul latino-americano. Trabalhou e colaborou com Carlinhos Antunes, Willy González, Alegre Corrêa, Badi Assad, Juan Falú, Rudi Flores e Néstor Acuña, entre outros músicos e artistas. É licenciada em música pela UDESC (2008). Cursou Etnomusicología e, Tango e Folclore no Conservatório Manuel de Falla de Buenos Aires, cidade onde residiu entre 2011 e 2014. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-graduação em Integração da América Latina da USP, sob orientação dos Prof. Dr. Renato Seixas e Alberto Ikeda onde realiza sua pesquisa sobre músicas da fronteira entre o Paraguai, Argentina e Brasil.

Participações especiais no disco Yrupa Purahéi:

Lea Freire  flautas baixo e contrabaixo, Bebê Kramer no acordeom, Duo A corda em Si (Mateus Costa e Fernanda Rosa) contrabaixo e voz, Carlinhos Antunes na viola caipira.

No site do grupo www.puraheitrio.com  está disponível para download o disco Yrupa Purahéi (2016), além de vídeos de cinco músicas desse trabalho, onde cada uma é acompanhada por uma breve explicação sobre o gênero apresentado, seu compositor e pela partitura do arranjo elaborado pelo trio.

Vamos ouvir no programa O Sul em Cima, as músicas do CD YRUPA PURAHÉI Canções das Margens do Rio:
1 – Estrangeiro (Alegre Corrêa / Romy Martinez)

2 – Batendo água (Luiz Marenco / Gujo Teixeira)

3 – Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira)

4 – Tapera (Vitor Ramil / João da Cunha Vargas)

5- Pé de cedro (Zacarías Mourão / Goiá)

6 – Irupé (Chungo Roy)

7 – La Cautiva (Emiliano R. Fernández / Agustín Larramendia)

8 – Tocando em frente (Almir Sater / Renato Teixeira)

9 – Milonga três nações (Fernanda Rosa / Versão guarani-espanhol: Romy Martínez)

10- Sonhos guaranis – Avá kéra poty (Almir Sater / Paulo Simões ) Versão: Romy Martínez

11- Tres Hermanos (Chungo Roy)

12 – Estrangeiro (Bonus Track)

 

Ouça o programa:

Primeira Parte:

 

Segunda Parte:

 

Contatos:

http://www.puraheitrio.com/

https://www.facebook.com/puraheitrio/?fref=ts