Nessa edição de O Sul em Cima, vamos mostrar o trabalho do Grupo Três Marias e Daniela Conejero.
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GRUPO TRÊS MARIAS – Nascido em Brasília, mas radicado em Porto Alegre, o grupo de percussão Três Marias celebra seus 10 anos de trajetória na música popular. O grupo está lançando Não se Cala, o primeiro disco do conjunto formado pelas musicistas Dessa Ferreira, Gutcha Ramil, Pâmela Amaro,Tamiris Duarte e Thayan Martins — que são cinco, apesar do nome.
Gutcha Ramil é uma das fundadoras das Três Marias ao lado de Dessa Ferreira e Kika Brandão, que deixou a banda quando as companheiras se mudaram de Brasília para Porto Alegre, mas segue contribuindo esporadicamente com o grupo. A entrada de Pâmela Amaro, Tamiris Duarte e Thayan Martins ocorreu já na capital gaúcha, em meados de 2015. Assim, as Marias viraram cinco. Nunca foi um problema, já que o nome do grupo remete ao conjunto de estrelas homônimas, conforme explica Gutcha.
Nomes fundamentais do tambor e da cultura popular também estão presentes no álbum, que traz parcerias com os mestres Tião Carvalho (MA/SP), Mamau de Castro (RS) e Adiel Luna (PE), além de composições da mestra Martinha do Coco (PE/DF) e do mestre Paraquedas (RS). É uma forma de reverenciar o legado daqueles que as Marias têm como referências.
No escopo das sonoridades, o disco traz a pluralidade que já virou marca registrada do grupo, conhecido por incorporar uma variedade ímpar de ritmos e instrumentos da música popular, da conga à rabeca. Há faixas de samba de coco, samba de roda, bumba meu boi, forró, xote, jongo, ijexá, ladainha de capoeira e cântico iorubá, entre outros gêneros.
As letras abordam temas como ancestralidade, memória, a importância da percussão e dos mestres da cultura popular, feminismo, fé, amor, culto aos orixás e relação com a natureza, entre outros. O título Não se Cala faz referência à última canção do disco, que funciona como um grande manifesto contra os diferentes tipos de silenciamentos que atravessam a trajetória das Marias.
— São dois silenciamentos principais que a gente enfrenta: como mulheres musicistas e como artistas do tambor e da cultura popular — afirma Pâmela. — Quando falamos em não se calar, é como um grito por ser mulher, por ser preta, por ser LGBT, por ser percussionista… Enfrentamos muito preconceito, mas acho que a melhor parte de nós é que nunca deixamos ninguém largar o instrumento — reflete.
Músicas: 01 – Mariê Mariô – Dessa Ferreira e Pâmela Amaro – part Dona Conceição // 02 – Yagô Laroiê – Mestre Paraquedas – part Dona Conceição e Tião Carvalho // 03 – Banto Yorubá – Pâmela Amaro e Mamau de Castro // 04 – Pedido a Osun – Pâmela Amaro – part Diih Neques e Kika Brandão // 05 – Tartaruga – Gutcha Ramil e Dessa Ferreira // 06 – No Agora – Tamiris Duarte – part Paola Kirst, Clarissa Ferreira, Tião Carvalho e Neuro Júnior // 07 – Não se Cala – Dessa Ferreira – part Nina Fola e Sankofa Drums.
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DANIELA CONEJERO é uma compositora, cantora e percussionista chilena, envolvida com a arte desde muito cedo. Ainda pequena, aprendeu a tocar violão e escreveu suas primeiras canções enquanto cursava o Ensino Médio, experiência que a leva, mais tarde, a estudar composição na Faculdade de Artes da Universidade do Chile e, em paralelo, canto lírico com a professora Patricia Herrera. Posteriormente, Daniela se muda para a França, onde estuda percussões tradicionais, no Conservatório d’ Aubervilliers Courneuve e, no norte da África, se aprofunda nos estudos de músicas do mundo. Desde o começo de sua vivência nas artes, integra coros e grupos de música e dança de raiz, sendo parte ativa dos grupos Santa Mentira, Sindicato Sonoro, La PedroBand y Aluna, dentre outros. Entre 2003 e 2013, participou de diversas formações junto a estas bandas. Como solista, lançou diversos álbuns, como: “Ángel de Ciro” (LP 2006), “Superhéroe” (EP 2007-2011), “Nacido Libre” (EP Francia-2011) y “Vamp!” (LP 2013). Atualmente radicada em Frutillar (Chile), “Cidade Creativa de la Música” (UNESCO), Daniela Conejero tem atuado como preparadora vocal, professora de canto, composição e percussão em seu projeto Escola Itinerante “Sabiduría Nómade”. É também monitora do programa “Música a la Cuerda”, do projeto “Semanas Musicales”, assim como do programa de Música Latinoamericana para Escolas Rurais, enquanto segue com seu trabalho artístico, apresentando-se ao vivo com seu trio e trabalhando em novas produções musicais. “Nómade”, seu último disco, foi lançado recentemente em formato físico e, ao longo do segundo semestre, terá todas as suas canções disponibilizadas em streaming. A produção do disco foi, em parte, financiada pelo Fundo de Fomento à Música Nacional – Convocatória 2023, do Ministério da Cultura, Artes e Patrimônio do Chile.
Acostumada a tocar em diversos tipos de formações, para esta nova etapa de criação e performance, Daniela Conejero optou por um formato minimalista, com o objetivo de sustentar, através da experiência, magia e perícia musical, um repertório rico em gêneros e colorações diversas. Para integrar o Daniela Conejero Trio, a artista convocou dois músicos de notável trajetória e destreza em vários estilos: Ítalo Aguilera e Felipe Conejero.
Músicas: 01 – Caracola // 02 – Quererse Bien // 03 – Notre Vol // 04 – Nomade // 05 – Cabalito de Agua // 06 – Agüita de Paz // 07 – A Mis Pies
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