Rita Lee Jones de Carvalho nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1947. Rita era a filha mais nova de uma família de classe média paulistana. Filha do dentista Charles Fenley Jones, paulista descendente de imigrantes norte-americanos e de Romilda Padula, filha de imigrantes italianos. Romilda era pianista, e incentivou a filha a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs (Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones). Rita Lee nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho (Rita Lee e Roberto de Carvalho tiveram três filhos. Beto Lee, nascido em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981). Em entrevistas, revelou que esse bairro lhe era especial, já que lá tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida. A artista foi educada no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur, era poliglota e chegou a ingressar no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo em 1968. Aos 16 anos, Rita integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações amadoras em festas de escolas. O cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras e as chamou para participar de gravações como backing vocals. Em 1964 ela entrou em um grupo de rock chamado Six Sided Rockers que, depois de algumas mudanças de formações e de nomes, deu origem aos Mutantes em 1966. O grupo foi formado inicialmente por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Ela fez parte dos Mutantes no período mais relevante e criativo da banda, de 1966 a 1972. A carreira pós-Mutantes tomou forma com o grupo Tutti Frutti (1973-1978), no qual ela gravou cinco álbuns, com destaque para “Fruto proibido”, de 1975.
Em 1976, Rita Lee conheceu o músico carioca Roberto de Carvalho e iniciou uma parceria musical e amorosa de sucesso, que seguiu até o final de sua vida. A partir de 1979, Rita e Roberto começaram a fazer discos e shows juntos e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular, se firmando de vez na carreira solo. Rita era uma roqueira popular antes e depois de o gênero se tornar um fenômeno comercial no Brasil em meados dos anos 80. Entre os álbuns de destaque estiveram “Saúde” (1981) e “Rita e Roberto” (1985), com o qual os dois subiram ao palco do primeiro Rock in Rio. Por volta de 1991, ela começou um período de quatro anos separada de Roberto de Carvalho. O retorno foi em 1995, na turnê do álbum “A marca da Zorra”, quando ela também abriu os shows dos Rolling Stones no Brasil. No ano seguinte, eles se casaram no civil após 20 anos juntos. Em 2001, Rita Lee ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com “3001”. Ela ainda teria mais cinco indicações ao prêmio, e receberia em 2022 o prêmio de Excelência Musical pelo conjunto da obra. Seu último álbum de canções inéditas em estúdio saiu em abril de 2012. “Reza” era, então, seu primeiro trabalho de inéditas em nove anos. A faixa-título foi a música de trabalho, definida por ela como “reza de proteção de invejas, raivas e pragas”. Ao todo foram 40 álbuns, sendo 6 dos Mutantes, 34 na carreira solo.
De 1986 a 1992 escreveu quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Dr. Alex. Em 2013 publicou o livro Storynhas, ilustrado por Laerte. Em 2017 lançou um livro de contos chamado Dropz e em 2019 a obra infantil Amiga Ursa: uma história triste, mas com final feliz. A cantora também lançou a sua primeira autobiografia, em 2016, chamada Rita Lee: uma autobiografia, o livro FavoRita em 2018 e em 2023 sua segunda obra autobiográfica, intitulada Rita Lee: outra autobiografia.
Rita foi considerada uma das musicistas mais influentes do Brasil. Participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso. A irreverência, sua característica mais marcante, a fez rejeitar o título de Rainha do Rock brasileiro. Em entrevista à revista Rolling Stone Brasil, Rita confessou que considerava o apelido cafona. Disse preferir ser conhecida como Padroeira da Liberdade. Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock, mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia, durante a era do tropicalismo, o pop rock, new wave, o pop, bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais. A cantora anunciou sua aposentadoria dos palcos em 2012 e passou os últimos anos reclusa em um sítio na Grande São Paulo com o marido, Roberto. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em maio de 2021 e infelizmente faleceu aos 75 anos, em 8 de maio de 2023.
Músicas: 01 – Rita Lee – Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista – álbum ‘Mutantes’ 1969 // 02 – Panis Et Circenses – Gilberto Gil e Caetano Veloso – álbum ‘Os Mutantes’ 1968 // 03 – Mamãe Natureza – Rita Lee – álbum Atrás do Porto tem uma Cidade – Rita Lee & Tutti Frutti 1974 // 04 – Coisas da Vida – Rita Lee // 05 – Nem Luxo nem Lixo – Rita Lee e Roberto de Carvalho // 06 – Balada do Louco – Rita Lee e Arnaldo Baptista // 07 – Ando Meio Desligado – Rita Lee / Sérgio Dias e Arnaldo Baptista – faixa do álbum ‘Em Bossa ‘N Roll’ // 08 – Saúde – Rita Lee e Roberto de Carvalho – álbum Saúde 1981 // 09 – Minha Vida (In my life) de Lennon e McCartney – do álbum Aqui, Ali, Em qualquer lugar 2001 // 10 – Reza – Rita Lee e Roberto de Carvalho – Álbum Reza 2012 // 11- Jardins da Babilônia – Rita Lee e Lee Marcucci // 12 – Ovelha Negra – Rita Lee (músicas 4,5,6,11 e 12 do álbum Acústico MTV 1998)
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