O Sul em Cima dessa edição mostra os trabalhos de Fernando Brant, Danny Calixto, Jimi Joe e Batuque Cello.
FERNANDO BRANT – O Brasil tomou conhecimento de Fernando Brant em 1968 quando Travessia, composta por ele e Milton Nascimento e interpretada pelo parceiro, classificou-se em segundo lugar no Festival Internacional da Canção. A música, inspirada em Grande Sertão: Veredas, obra literária clássica de João Guimarães Rosa, transformou-se num marco na carreira dos dois artistas.
Um dos pilares do Clube da Esquina, coautor de canções antológicas, Brant, falecido em 12 de junho de 2015, aos 68 anos, deixou um valioso legado para a MPB. Parte desse patrimônio cultural ganhou registro em Vendedor de Sonhos, álbum lançado em dezembro de 2019 pela gravadora Biscoito Fino, com a participação de grandes intérpretes.
Idealizado em 2014 por Robertinho Brant, músico e sobrinho do letrista, o disco chega ao mercado após cinco anos com as gravações de 20 composições selecionadas pelo próprio Fernando Brant um ano antes de sair de cena. São 20 pérolas de cancioneiro que contabiliza 320 títulos, sendo 110 músicas escritas com melodias de Milton Nascimento.
Músicas do álbum “Vendedor de Sonhos” – as músicas abaixo são de autoria de Milton Nascimento e Fernando Brant:
01 – San Vicente – intérprete: Beto Guedes // 02 – Travessia – intérprete: Toninho Horta // 03 – Veveco, Panelas e Canelas – Intérprete: Fernanda Takai // 04 – O Vendedor de Sonhos – Intérpretes: Flávio Venturini e Marina Machado
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DANNY CALIXTO – Nascida em Porto Alegre, Danny viveu 10 anos em Curitiba a partir da adolescência. Um dos primeiros momentos no palco foi como vocalista de uma banda de rock progressivo “A Banda da Terra”. Depois disso, Danny junto com Rogéria Holtz (cantautora curitibana) estrearam um show de “MPB Lado B” num bar emblemático da cidade, o Trem Azul.
Danny estudou violão clássico na Escola de Música e Belas Artes e trabalhou em teatro como atriz, cantora e violonista. Voltou à capital gaúcha em 1995 e em 1998 montou a banda Os Waldos, de black music, com a qual atuou até 2002. No ano seguinte veio o primeiro álbum solo, Abracadabra, que teve duas indicações ao Açorianos nas categorias: Revelação e Intérprete Pop/Rock. Danny tem formação acadêmica em Artes Plásticas, diversos cursos de artes gráficas e uma série de experiências também em televisão (na frente e atrás das câmeras). Foi diretora de arte em agências de publicidade e até hoje trabalha com design.
O CD Quintais do Mundo, lançado em 2016, é o 2º disco de Danny Calixto, resultado de seu trabalho de composição solo e em parceria com outros artistas do sul do Brasil. Um disco que transita pelo universo rítmico do samba, samba funk, ijexá, maracatu, chacarera. Canções do universo das lendas, reflexões sobre os amores e dores de amor, o olhar feminino sobre a a vida, suas contradições e contemplações. Arranjos que ora nos levam pro aconchego do sol, ora pra caminhos mais densos com texturas surpreendentes e pulsantes. Tem a pegada de alguém que nasceu no sul do Brasil mas que olha o mundo como um vasto quintal.
Músicas do álbum “Quintais do Mundo”: 01 – Tempo, Tempo – Danny Calixto/ Marcio Celli // 02 – Oásis – Danny Calixto.
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JIMI JOE – Arzelindo Ferreira Neto nasceu em Arroio Grande, em 1955. Já o canhoto Jimi Joe nasceu adolescente, tocando nos palcos de Porto Alegre, entre o final da década de 70, início dos anos 80. O nome artístico nem foi ele que escolheu, mas acolheu, até para assinar seus textos como jornalista – e posteriormente como tradutor de algumas publicações. “Jimi” é uma referência ao guitarrista, também canhoto e autodidata, Jimi Hendrix. O “Joe” nem ele mesmo sabe ao certo.
Jimi Joe é músico e jornalista há mais de 40 anos e tem lançados dois álbuns, Saudades do Futuro (2005) e Nenhum Dano Mental Grave Constatado (2017). O título desse álbum, provém das intempéries da vida em geral e por um período de 10 anos de hemodiálise seguido de um transplante de rim em 2013 vivenciados por Jimi.
Jimi Joe também faz parte da banda Los Três Plantados, banda composta por ele, Bebeto Alves e King Jim, outros dois músicos transplantados recentemente.
Músicas:
01 – Transversal – Single novo de Jimi Joe lançado no final de 2019, fala de Mobilidade Urbana. Transversal, composição de Jimi com versos de Juliana Franzon, foi gravada e arranjada por Regis Sam, que também tocou baixo, teclado e sanfoninha e fez vocais. Além de Jimi na voz e violão base, a canção tem participações de Maurício Chaise (guitarras e vocais) e Biba Meira (percussão).
02 – Poema de Luz – Jimi Joe
03 – Amor Manifesto – Jimi Joe / Nenung – as músicas 02 e 03 estão no álbum Nenhum Dano Mental Grave Constatado (2017)
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BATUQUE CELLO – O grupo foi idealizado em 2016 pelo violoncelista, contrabaixista e compositor, Ricardo Campos. A partir das práticas artísticas realizadas nas disciplinas de Música de Câmara e da Roda de Choro do curso de graduação em Música da UEMG, Ricardo se dedica à prática do violoncelo na música popular brasileira, e juntamente, com a influência musical do grupo Cello Samba Trio, do violoncelista Jaques Morelenbaum, suscitou na formação do quarteto com os violonistas Leonardo Araújo, André Oliveira e o percussionista Daniel Guedes. Desde então, o Batuque Cello se apresenta em projetos e espaços de música experimental belorizontina com destaque pela originalidade do seu repertório com arranjos contemporâneos de clássicos da música popular brasileira.
Tendo como protagonista o violoncelo, o grupo Batuque Cello realiza uma performance diversa em ritmos, timbres, sotaque e suingue, trazendo em seus arranjos o lirismo dos violões e a requintada percussão brasileira.
Batuque Cello lançou em 2018 o seu álbum intitulado “Alumiado” e que contempla um repertório com músicas de jovens compositores contemporâneos da cena instrumental mineira.
Músicas: 01 – Alumiado _ Lucas Telles // 02 – Nítido e Obscuro – Guinga e Aldir Blanc // 03 – Floreio – Leandro César