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27 / 2018 – YAMANDU COSTA E RICARDO HERZ

O SUL EM CIMA dessa edição é dedicado a obra de YAMANDU COSTA E RICARDO HERZ.


 

YAMANDU COSTA

Violonista e compositor nascido em Passo Fundo em 1980, Yamandu começou a estudar violão aos 7 anos de idade com o pai, Algacir Costa, líder do grupo “Os Fronteiriços” e aprimorou-se com Lúcio Yanel, virtuoso argentino radicado no Brasil. Até os 15 anos, sua única escola musical era a música folclórica do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Depois de ouvir Radamés Gnatalli, ele começou a procurar por outros brasileiros, tais como Baden Powell, Tom Jobim, Raphael Rabello entre outros. Aos 17 anos apresentou-se pela primeira vez em São Paulo no Circuito Cultural Banco do Brasil, produzido pelo Estúdio Tom Brasil, e a partir daí passou a ser reconhecido como músico revelação do violão brasileiro.

Revelando uma profunda intimidade com seu instrumento e com uma linguagem musical sem fronteiras, percorreu os mais importantes palcos do Brasil e do mundo, participando de grandes festivais e encontros, vencedor dos mais relevantes prêmios da musica brasileira. Em 2010, o CD Luz da Aurora com Hamilton de Holanda foi indicado para o Grammy Latino.

Em 2012 ganhou em Cuba o Prêmio Internacional Cubadisco pelo CD Mafuá e uma Menção do Prêmio ALBA pelo CD Lida.

Yamandu Costa é na atualidade o músico brasileiro que mais se apresenta no exterior abrangendo os mais diversos países do globo: França, Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, Itália, Áustria, Suíça, Holanda, Suécia, Noruega, Finlândia, Estônia, Eslovênia, Rússia, Lituânia, Sérvia, Grécia, Macedônia, Israel, Chipre, Índia, China, Japão, Coréia do Sul, Zimbabwe, Cabo Verde, Angola, Emirados Árabes, Austrália, EUA, Canadá, Equador, Cuba, Colômbia, Chile, Argentina, Uruguai e Costa Rica.

 

RICARDO HERZ

Ricardo Herz reinventou o violino brasileiro. Sua técnica leva ao instrumento o resfolego da sanfona, o ronco da rabeca e as belas melodias do choro tradicional e moderno. Com a influência de Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Egberto Gismonti, Jacob do Bandolim entre outros, o violinista mistura ritmos brasileiros,  africanos e o sentido de improvisação do jazz.

Graduado em violino erudito pela USP, sua sólida formação começou aos 6 anos, tendo passado pela escola Fukuda em São Paulo.  Estudou na renomada Berklee College of Music, nos Estados Unidos, e no Centre des Musiques Didier Lockwood, escola do violinista francês, uma lenda do violino jazz.

De volta ao Brasil desde 2010, Herz tem participado de muitos projetos e colaborado com músicos e se apresentando como solista com orquestras de todo o país, como Yamandú Costa, Dominguinhos, Nelson Ayres, Proveta, Orquestra Jazz Sinfônica, Orquestra Sinfonica de João Pessoa, Orquestra Municipal de Jundiaí, Grupos de Referência do Projeto Guri, Orquestra Filarmônica de Violas, Orquestra Breusil entre outros. Gravou diversos CDs em duo: com o vibrafonista, multi-instrumentista e compositor mineiro Antonio Loureiro, com o gaúcho Samuca do Acordeon e com o pianista, maestro e arranjador Nelson Ayres. Com a camerata Cantilena Ensemble tem tocado o repertório do seu disco infantil.

Ricardo também tem dedicado parte de seu tempo no ensino e difusão do violino popular  , tendo ministrado diversos cursos em festivais e recentemente lançou o primeiro método online de violino popular brasileiro.

herz e yamandu- foto gabriel boieras

ÁLBUM YAMANDU COSTA E RICARDO HERZ

O álbum Yamandu Costa e  Ricardo Herz foi gravado com a missão de sintetizar os sons e ritmos plurais da música do Brasil ao longo dos 11 temas que compõe o repertório autoral inteiramente assinado pelos dois virtuoses.

A união da dupla é inédita e o novo álbum surgiu da tentativa de misturar as linguagens de cada um, sem limites. “Nesse disco que gravamos, as composições são todas próprias, nossas, com a intenção de falar do Brasil de uma forma geral, já que a composição é um resultado de todas as influências e todas as intenções que temos ao fazer música.”, disse Yamandu.

“Desde que eu ví o Yamandu tocando pela primeira vez, achava que esta parceria iria dar pé. Quando a gente se conheceu pessoalmente então, eu tive certeza. Apesar de nossas histórias serem bastante diferentes: eu, vindo da música erudita para a popular e ele, da música popular e cada vez mais tocando em palcos de música de concerto, chegamos hoje em um meio de caminho que se comunica muito bem.”, explicou Ricardo Herz.

“Nós dois tentamos usar o que cada tradição tem a acrescentar na outra. Tanto eu como Yamandu aprendemos as músicas de ouvido para este disco, improvisando nas intenções, respondendo nas escolhas de notas, contrapontos, oitavas e criando muito do arranjo no momento de tocar. Tudo foi feito de coração!”, completou Ricardo Herz.

 

“O ARCO E A LIRA”

A música sem palavras, que acostumamos chamar de instrumental, se desenvolve por caminhos muito particulares. Aqui não há normalmente uma narrativa com significados direcionados pela língua. Mesmo assim, uma sequência de notas pode ser entendida como poesia,pois sons também despertam humores, sugerem sensações, viagens, sacrifícios, surpresas. Se há relações entre música instrumental e poesia, há também uma analogia – como o poeta mexicano Octávio Paz (1914-1998) uma vez disse – entre todo fazer artístico e o universo em seu entorno. Para Paz, esse fazer artístico “concebe o mundo como ritmo: tudo se corresponde, porque tudo ritma e rima; o poema [a música!] é um mundo de ritmos e símbolos”.

E nesse caminho sem palavras, mas repleto de analogias e ecos rítmicos, que Ricardo Herz e Yamandú Costa vêm exercendo seu fazer musical. Nascidos na virada dos anos 1970 para os 1980, obtiveram uma primeira maior visibilidade ao se destacarem nas edições do Prémio Visa – Instrumental do início dos anos 2000.

Mas suas trajetórias são, por outro lado,bastante distintas.Yamandú cresceu envolvido pela música regional gaúcha de Passo Fundo e seu entorno, em meio às milongas, tangos, zambas e chamamés. Gradativamente, seu território musical se expandiu, para abrigar choros, ritmos nordestinos, um pouco de Villa-Lobos e diversas outras paisagens instrumentais. A técnica e o virtuosismo explosivo que desde cedo foram suas marcas no violão de sete cordas,Yamandú agregou pouco a pouco outros contrastes, passagens singelas e uma expressividade mais intimista.

Já o paulistano Ricardo Herz representa muito bem o músico de uma grande metrópole: formou-se em violino na USP, passou pelo jazz da Berkiee College of Music e suas raízes brasileiras são, de certo modo, reconquistadas. Influências em altíssimo nível como a música sem fronteiras de Egberto Gismonti, por exemplo, são visíveis, e foram finamente assimiladas, absorvidas para naturalmente fluírem em seu estilo. Um estilo que hoje é sólido, único. É nesse sentido que, para além de seu virtuosismo ao violino – instrumento solista ainda raro na música popular – Herz se destaca também como compositor criterioso, brasileiro no mundo.

Tentando imaginar a música que será produzida nesse encontro de cordas (friccionadas e dedilhadas), é possível ver Herz e Yamandú ampliando ainda mais seu espaço sonoro em busca de um terceiro território ainda por explorar; um lugar improvável onde o risco de um é confortado pelo amparo do outro, um lugar de fusões, diferenças e complementaridades, violino e 7 cordas.

°E não deve ser a toa que Octávio Paz batizou seu famoso ensaio poético de “O arco e a lira”.”    (Sérgio Molina)

 

“Violonista Yamandú Costa e violinista Ricardo Herz lançam álbum comovente 

A era dos incendiários, da quebra de barreiras, a chegada do conceito de música plena como não se viu em muitos anos. A geração que desenha a música deste tempo não tem limites. Ela demoliu os muros, transcendeu escolas e se sobrepôs aos próprios formatos que a aprisionaram em outros tempos. Uma revolução aparentemente silenciosa por estar fora dos hippies de mídia e de mobilizações sociais na internet segue em curso, redimensionando o que se entende por música brasileira instrumental.

Ricardo Herz e Yamandú Costa, dois nomes de proa nesse mar de criatividade arrebatadora, entregam um atestado desse tempo. Violino e violão se entrelaçam em uma musicalidade que conversa com os sábios acadêmicos e emociona os ouvintes de rádio. São complementares tanto nas leis da física, o violão de sustentação menor das notas eleva as ideias da voz sem fim do violino, quanto nas leis da vida, aquelas que não se explica. Yamandú e Herz começaram as gravações sem pretensão até que sentiram a força do que faziam se impondo aos próprios planos. “Vamos lançar agora”, despertou Yamandu, diante do que ouvia.

O violão de Yamandu tem mais acabamento, um desafio vencido quando se quer manter a explosão. Alguns explodem as frases, outros acariciam discursos no limite de suas técnicas. Yamandú chega à plenitude ao tornar-se tanto técnico quanto comovente. O violino de Herz tem uma voz singular, de uma bagagem colhida desde os dois anos de idade, seguindo pelos oito anos de vivência em Paris, pela formação de seu trio, pelo mestre Didier Lockwood e pela vontade de se comunicar com qualquer que seja seu ouvinte, presenteando-o com a surpresa e a sugestão da transformação.

Chegam assim aos carinhos de Remanso, aos passeios de Chamaoquê?, aos encontros e às fugas de Mourinho e às lágrimas de Reencontro. Quem fez o quê? Nem importa mais, a ficha técnica do álbum conta. Yamandu e Herz criam um daqueles encontros em que as inspirações e os discursos se misturam para que uma só voz chegue no canto esquerdo do peito preenchendo tudo de calor e de esperança para um povo que precisa voltar a acreditar que sim, existe saída.” (Júlio Maria)

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Vamos apresentar no programa O SUL EM CIMA dessa edição as músicas do álbum YAMANDU COSTA E RICARDO HERZ (2018):

01 – MOURINHO (Ricardo Herz) //  02 – INOCENTE (Ricardo Herz)  //  03 –   XOTE DA GALINHA (Yamandu Costa) // 04 – MILONGA CHORO (Yamandu Costa)  //  05 –  REMANSO (Yamandu Costa e Ricardo Herz) //  06 – MEIGA (Yamandu Costa) //  07 – MIMOSA (Yamandu Costa)  //  08 – CHAMAOQUE? (Ricardo Herz) //  09 – MATUTINHO (Yamandu Costa e Ricardo Herz) //  10 – REENCONTRO (Yamandu Costa)  // 11 – EL NEGRO DEL BLANCO (Yamandu Costa)

 

Ficha técnica: violão 7 cordas – Yamandú Costa  //   violino – Ricardo Herz  //  produção musical – Yamandú Costa e Ricardo Herz // gravado, mixado e masterizado no Estúdio Bagual por Gil Costa em dezembro de 2017 //  designer gráfico: Bel Andrade Lima

Contatos:

http://www.yamandu.com.br/

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O SUL EM CIMA 26 / 2018 – JOSÉ OLIVA

O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho do compositor, violonista e escritor JOSÉ OLIVA.

Parte I:

 

Parte II:

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JOSÉ OLIVA

José Oliva é compositor, violonista e também escritor, com formação em jornalismo e publicidade, com pós-graduação em marketing. Por intermédio da música, participou de diversos festivais em Curitiba, Cascavel, Maringá, Londrina. Escreveu, produziu e dirigiu para teatro, co-produziu musicais, além de gravar CDs e ter músicas gravadas por diversos intérpretes da música popular brasileira produzida no Paraná. Paralelamente, atuou em empresas de comunicação – jornalismo e publicidade, tendo o privilégio de obter diversas premiações por trabalhos de criação. A experiência nessas atividades  possibilitou a criação das Caixinhas de Atitude e com elas realizar palestras e workshops e conduzir dinâmicas respectivamente em empresas e escolas, com a finalidade de mobilizar as pessoas a tomarem atitudes que promovam a transformação e o crescimento, fazendo bem às suas vidas.
Ele conta:

“Meu nome é José Oliva, sou de Curitiba, onde desenvolvo meu trabalho de música, compondo, interpretando e mais que tudo procurando reunir arranjadores, instrumentistas e intérpretes em projetos de gravação de parcerias com vários nomes importantes aqui de nossa  poesia e música. Além de compor,  desenvolvo também um projeto chamado Caixinhas de Atitude, que reúne literatura, design, fotografia e música, para o que convido artistas das diversas áreas para compormos juntos. Caixinhas de Atitude são Caixinhas que trazem textos que escrevo, em formato de cartaz. Junto de cada cartaz, em cada Caixinha, um objeto para estimular o leitor a tomar uma atitude em relação ao que lê”.

 

Curitibano nascido no Colégio Estadual do Paraná

“Embora tenha vindo ao mundo em Avaré (São Paulo) e de lá tenha ido a Jacarezinho (Norte do Paraná), a família acompanhando o pai, gerente do Banco do Brasil, nasci definitivamente, assim como a música em mim, quando entrei no Colégio Estadual do Paraná, em 1965, onde além de cursar ginásio e colégio, participei do coral, do grupo folclórico de fandango, fiz teatro e não saía da Escolinha de Arte, um caldeirão que preparou gerações de reconhecidos artistas plásticos, atores, poetas e músicos do Paraná.

A Escolinha de Arte realizou, ainda na década de sessenta, os festivais interestaduais de arte colegial do Colégio Estadual, com participantes do Brasil inteiro. Eu, aos 14 e 15, participei com minhas primeiras composições, uma das quais, Caminheiro, gravei no meu primeiro LP, em 87, junto de Há Sol nos Meus Olhos, de Alberto Rafael Tavares, também daqueles festivais.

Na faculdade, onde estudei jornalismo e publicidade, continuou a história dos festivais, em Curitiba, Londrina, Cascavel, Maringá. Os festivais me levaram ao teatro, quando participei do antológico musical Cidade sem Portas, de Paulo Vítola e Adherbal Fortes, sobre a história de Curitiba. Ainda nesse tempo, participei do Mapa – Movimento Atuação Paiol, que reunia os compositores daqui em mostras  que lotaram por muito tempo o Teatro Paiol”, conta José Oliva.

No final da década de 70, uma música que ele compôs em homenagem ao bar do teatro Paiol, onde os músicos do Mapa se reuniam antes e depois dos ensaios, foi gravada, por iniciativa da histórica Rádio Iguaçu, e tornou-se o primeiro sucesso: o Bar do China.

Mas antes, uma grande virada em seu trabalho! Foi convidado por Oraci Gemba para criar e dirigir a música do espetáculo o Cerco da Lapa, que lotou o Guaíra, por bom tempo, reunindo um grande elenco.

Aí começou o tempo de realizar os musicais: “Jussara na Tarde, Professora de Deus” (Com Olga Oliva, Celso Loch, Glaci Gottardelo), em 76, Parceria,  em 1978, e Paré, em 1983, com Zeca Correa Leite, shows ao lado de Antonio Adolfo, em Curitiba e no Rio de Janeiro,  um espetáculo dividindo o palco com o grupo Paul Brasil, de Nelson Aires, em 1982, no Guairão, ao lado de Ivan Lins, João Bosco, Mario Gallera e Celso Loch, de Curitiba.

Depois “Zés” e “Esse Menino”, com Zeca Correa Leite, “Dia Da Gente se Encontrar”, no SESI, uma vez por mês, reunindo expressões locais. E mais muito amadurecimento e muitas parcerias: com Paulo Leminski, Cesar Bond, João Cabral de Melo Neto, Olga Oliva, Zeca Correa Leite, Paulo Vítola,  Ricardo Rodrigues, Sandra Ávila, Antonio Thadeu Wojciechowski, Roberto Prato, Reinaldo Godinho, Milton Karam, Edu Hoffmann e por aí vai.

 

A gravação do primeiro LP

Em 1987, gravou o primeiro LP – Todas as Pessoas, que teve novo lançamento em 1989, com apenas 6 musicas, duas das quais do tempo dos festivais do Colégio Estadual, e um jingle. Para o show de lançamento, escreveu o texto “Pessoas São Músicas, Você Já Percebeu?”, que acabou se tornando mais conhecido que as próprias músicas do LP, tornando-se texto de leitura na Faculdade do Professor do Paraná, em Faxinal do Céu, tema de abertura e reflexão em Congresso de Educação Especial, em Porto Alegre e Curitiba,  tema de campanha de final de ano das emissoras de rádio do Grupo RBS de Santa Catarina, entre outros fatos, e ponto de partida das Caixinhas de Atitude, projeto iniciado nos anos 90 e que desenvolve ainda hoje.

 

Os CDs das Caixinhas de Atitude

Caixinhas de Atitude são Caixinhas que contém textos em formato de cartaz para se ler, e cada cartaz vem dentro de cada Caixinha com um objeto para instigar o leitor a tomar uma atitude em relação ao que lê.

As Caixinhas vêm sendo utilizadas em projetos pedagógicos de escolas, integrando programas de treinamentos em empresas e são comercializadas em vários locais, entre os quais o Museu Oscar Niemeyer,  além da Feira de Artesanato de Curitiba.

Duas das caixinhas trazem CDs:

  1.  “Abra para ouvir e cantar, leia para se tocar” traz o cartaz “Toda Sua”, que você lê e imagina que alguém está tentando te seduzir. Continua lendo e tem certeza que alguém está querendo de seduzir. E quando chega na última palavra, se toca de quem.  E o texto termina dizendo: Queira, acredite, me aguarde, eu vou ser de verdade. Ou eu vou ser toda sua ou eu não me chamo felicidade. Junto vem um livreto com fotos de pessoas simples em momentos felizes pra gente ver que pode ser feliz com o que é e com o que tem. E no livreto, um CD – “Agora Paré”, com 17 músicas, em parceria com vários poetas importantes, com a participação de 52 músicos que são referências da música do Paraná, alguns de Santa Catarina e de Porto Alegre também, a exemplo de Jorginho do Trumpete.

A atitude da Caixinha são três playbacks de três das 17 músicas, para você expressar cantando a sua felicidade.

  1. “Abra para reconhecer. Leia para ouvir e se conectar” vem com o cartaz que pergunta “Que pessoas são músicas pra você?” e fala da importância da gente reconhecer as pessoas que nos marcam, que tocam nossa vida, que fazem diferença. Junto um livreto, onde falo sobre a atitude do reconhecimento e um CD – Pessoas São Músicas, com 12 parcerias com importantes poetas e compositores e com a participação de 54 músicos, entre arranjadores, intérpretes e instrumentistas.  A atitude dessa Caixinha é um adesivo que você destaca da última página do livreto para colar na tampa da Caixinha. No adesivo, há um espaço em branco para você escrever o nome de alguém e logo embaixo está impresso. “Você é música pra mim”, pra você dedicar a quem é marcante em sua vida.

 

Vamos mostrar nessa edição de O Sul em Cima, as músicas:
01 – Pessoas são Músicas (Plínio Oliveira / José Oliva – arranjo e interpretação de Plínio Oliveira) //  02 – Marinha  (José Oliva – interpretação do Tao do Trio) //  03 – O Poema como eu Quero  (José Oliva / Antonio Thadeu Wojciechowski – interpretação de Rodrigo Barros Del Rey)  //  04 – Outra Vez (José Oliva / Zeca Corrêa Leite –  interpretação Rogéria Holtz)  //  05 – Todas as Pessoas (José Oliva / Zeca Corrêa Leite – arranjo de Ricardo Saporski – interpretação de Sandra Ávila)   //  06 – Tan Tan  (José Oliva / Roberto Prado – arranjo e interpretação de Henrique Mhaô) //  07 –  Esse Menino (José Oliva /  Zeca Corrêa Leite – interpretação de Selma Baptista)  //  08 – Uma Canção para Você (Ruben Rolin) + Vestido Branco (Lápis) – Interpretação de José Oliva e Tao do Trio   //  09 –  Choro Contido (Gerson Bientinez / José Oliva – Interpretação de Ana Cascardo)  //  10 –  Amorosa (José Oliva- composta para o CD Balangandãs de Giseli Canto)  // 11 –  Viver  (José Oliva / Antonio Thadeu Wojciechowski – interpretação Jordana Soletti, em arranjo de Mário Conde)

 

 

 

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O Sul em Cima 25 / 2018 – BERNARDO PELLEGRINI

O SUL EM CIMA dessa edição é dedicado a obra de BERNARDO PELLEGRINI.

Parte I:

Parte II:

 

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Bernardo Pellegrini nasceu em 1958 em Londrina e passou a infância e adolescência no norte do Paraná. Nascido em uma família altamente musical, Bernardo aprendeu a gostar de valsa com a mãe e dos cantores da Era de Ouro do Rádio com o pai. Mas a influência decisiva veio de seu irmão mais velho Clério, com quem aprendeu a tirar choros  no violão ainda criança.

Começou sua trajetória musical no Paraná, nos anos 1970. Fez trilhas para o teatro e apresentou seu primeiro show, Mina D’Água, em 1976. Depois mudou-se para São Paulo para ser jornalista – mas acabou, mais do que nunca, mergulhando de cabeça na música. Tanto que em 1990 gravou seu primeiro disco: Humano Demais. Na década de 1990 viriam mais dois: Dinamite Pura (1994) e Quero Seu Endereço (1998). Os 90’s também seriam o cenário para uma intensa agenda de peregrinações e shows, incluindo o espetáculo Big Bando do Cão Sem Dono, em que Bernardo se fez acompanhar por uma big band. O ano de 2010 marcaria seu retorno aos palcos após um hiato na carreira musical, e também o lançamento do álbum “É isso que vai acontecer”. Desde então Bernardo tem vivido novamente uma vida de músico, se apresentando no circuito alternativo e emplacando algumas canções (a exemplo de Essa Mulher, gravada na voz de Simone Mazzer e Elza Soares). Para 2018, Bernardo Pellegrini tem Outros Planos. 

 

Desde 2010 sem gravar, “Outros Planos” pode ser considerado o resultado de uma maturidade sonora e poética de Pellegrini. “Como compositor me sinto além de mim, me reconheço como parte de uma tradição de saberes que a canção popular no Brasil sintetiza com seu alfabeto de ideogramas invisíveis. Falo dessa combinação original da língua portuguesa (derramada e horizontal) com a língua africana (vertical e sincopada) mais a música da floresta (pura paisagem sonora, soundscape). Essa combinação foi mediada pela imposição industrial do rádio e transformou a fala do brasileiro em produto de exportação – e uma fonte inesgotável de combinações e fusões que fazem a dor e a delícia do compositor popular”, diz Bernardo.

 

Com doze composições inéditas, o próprio disco, inclusive, já é uma grande reunião de amigos: trinta músicos convidados – quase todos de Londrina – fizeram parte do projeto. Dentre eles, parcerias antigas como Maurício Arruda Mendonça, Mário Bortolotto, Edvaldo Santana e Adriano Garib, além de instrumentistas mais recentes como Emílio Mizão, Filipe Barthem, Rafael Fuca e o trio Cluster Sisters. “São pessoas de um trabalho e qualidade que estão fazendo música incrível na cidade. Londrina tem esse potencial no seu DNA que foi passando pelas gerações. Neste disco, toco com o pessoal que já me acompanha e essa moçada muito criativa”, conta ele, cujo trabalho com “O Bando do Cão Sem Dono” é um de seus projetos mais emblemáticos de vida e música, que resultou na história de um coletivo de poetas, instrumentistas e compositores, ao lado do inseparável baterista Edu Batistella, Marco Antonio Scolari e a falecida Rosa, inspirados pela Vanguarda Paulistana.
Vamos mostrar no programa O SUL EM CIMA, as músicas do álbum “OUTROS PLANOS” de 2018 que são:

01 – OUTROS PLANOS (Bernardo Pellegrini) // 02 – A LINHA (Bernardo Pellegrini) // 03 – ESSA MULHER (Bernardo Pellegrini) // 04 – TERRITÓRIO MINADO (B. Pellegrini, Gigante Brasil e Edvaldo Santana) // 05 – A LUA É MINHA (Bernardo Pellegrini e Mário Bortolotto) // 06 – PARTO (Bernardo Pellegrini) // 07 – FRÁGIL (Bernardo Pellegrini) // 08 – HOMEM É BOM (Bernardo Pellegrini) // 09 – O VAZIO (B. Pellegrini e Maurício Arruda Mendonça) // 10 – CANTOR EM CARNE E OSSO (Bernardo Pellegrini) // 11 – FÊMEO (Bernardo Pellegrini) // 12 – ANOTAÇÕES PARA UM NOVO ROMANCE (Bernardo Pellegrini)

Produzido por Angelo Bellusci Cavalcante e Bernardo Pellegrini. Áudio produzido por Júlio Anizelli no Plugue Estúdio, Londrina. Gravado entre junho e dezembro de 2017. Captação e edição de Julio Anizelli e Caio Freitas. Arranjos colaborativos de Bernardo Pellegrini e O Bando do Cão Sem Dono. Participações de Eduardo Batistella, Hermano Pellegrini, Filipe Barthem, Gisele Silva, Black Divas (Adilza Carvalho, Débora Terezinha, Ale Urias, Diamante e Sandra Aguilera), Jonatas Santuz, Rafael Fuca, Duda de Souza, Álvaro Oliveira, Mateus Gonsales, Sofia Pellegrini, Edvaldo Santana, Zeka Lopes, Clusters Sisters (Maitê Motta, Gabriela Catai e Giovanna Correia), Jairo Cavalcante, Diogo Burka, Adriano Garib, Gabriel Souza, Maurício Arruda Mendonça, Emilio Mizão e Marcos Santos. Design gráfico de Pablo Blanco, edição de Marcos Losnak e fotografias de Milton Dória e Lucas Liviero.

 

 

 
Contatos:

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O SUL EM CIMA 24 / 2018 – XANA GALLO

O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho da cantora, compositora e socióloga XANA GALLO.

Cantora e compositora com vasta experiência em interpretação, Xana Gallo tem doze anos de estrada profissional na música.

Participou de espetáculos  em homenagem a grandes intérpretes e compositores do samba e da Bossa Nova , tais como Vinícius de Moraes, Cartola, Noel Rosa, Dona Ivone Lara, Elis Regina, Clara Nunes, João Nogueira e Chico Buarque.

Esteve em cartaz  durante três anos com o seu show solo cantando Cartola. O show “Cartola, as rosas não falam”, dirigido pela cantora, estreou em Pelotas e cidades ao redor e depois foi levado à capital Porto Alegre com o nome “Cartola, bate outra vez”. Este show foi levado às cidades de Jaguarão, Bagé e Montevideu, no Uruguai.

Gravou CDs demos e em 2014 , por meio da Lei de Incentivo à Cultura, PROCULTURA, gravou seu primeiro CD autoral. O CD intitulado “Mulheres, Sons, Liberdade” contou com a participação de artistas mulheres da cena local e retratou aspectos da cultura negra da sua cidade.

No início de 2015, em questão de pouquíssimo tempo, a cantora teve 30.000 visualizações na música “De Verdade”, do CD “Mulheres, Sons, Liberdade” e foi destaque no site Palco MP3 no gênero samba por duas semanas consecutivas.

Em 2016 participou de eventos de luta pelos Direitos das Mulheres nas cidades de Pelotas e Herval, palestrou sobre o tema e compôs muitas novas canções.

Ao final de 2016 mudou-se para o Rio, onde reside até hoje.

Autora de quase uma centena de composições, Xana Gallo lançou em 2018, seu segundo CD autoral, gravado no estúdio Tenda da Raposa entre os meses  de janeiro a novembro de 2017 no Rio de Janeiro.

O disco 100% autoral, intitulado “Rota de Fuga” tem como temática a superação de relacionamentos abusivos. Foi lançado em todas as plataformas de streaming no dia 8 de março de 2018, Dia Internacional da Mulher. O disco contou com a produção musical de Eduardo Neves, contrabaixo de André Vasconcellos, pianos de Adriano Souza e Danilo Andrade e bateria de Antonio Neves.

Atualmente, Xana Gallo lança vídeos semanais com composições sempre inéditas nas suas plataformas digitais e todos os seus álbuns, CD’s e singles, estão nas plataformas de streaming.

Xana Gallo também desenvolve junto a seu público um projeto de composições em parceria com mulheres que lhe enviam seus manuscritos.  “CompositorA” é o nome do projeto que vem conquistando um público feminino e masculino do Brasil inteiro. As canções são mostradas nas redes sociais  da compositora com o intuito de inspirar mais mulheres, de todas as faixas etárias a compor em parceria com a cantora.

Vamos mostrar no programa O SUL EM CIMA, além de uma deliciosa entrevista, as músicas:
01 – Samba de Liberdade (Xana Gallo / Jandir Zanotelli), 02 – Cenas à Parte (Aira Gallo), 03 – Seli Maurício (Xana Gallo), 04 – Céu de Flores (Xana Gallo) , 05 – Sinhazinha (Janete Flores). Músicas do álbum “Mulheres, Sons, Liberdade” de 2014 06 – Meu Coração me Acompanha, 06 – De Verdade, 07- Nada Sei, 08 – Rota de Fuga, 09 – Poeta da Lua  e 10 – Despertar.

As músicas estão no álbum “Rota de Fuga” de 2018. Todas de autoria de Xana Gallo.

 

Contatos:

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contatoxanagallo@gmail.com

 

 

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O SUL EM CIMA 23 / 2018 – MARTIN TEJERA e SEBA REY

O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho de MARTIN TEJERA e SEBA REY.

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O SUL EM CIMA dessa edição mostra o trabalho de MARTIN TEJERA e SEBA REY.

 

MARTIN TEJERA

Buscando fazer um verdadeiro intercâmbio cultural entre os países da América do Sul, o selo carioca Cantores Del Mundo apresenta o novo trabalho do cantor, compositor e musicista uruguaio Martin Tejera, ao lado da banda El Biricunyamba. 

Que me perdonen traz uma nova força para o tradicional ritmo candombe e já está disponível nas plataformas de música digital.

Os brasileiros que querem se aproximar da cultura do candombe precisam entender o contexto de onde nasce essa música, pois caso contrário é difícil pulsar o Candombe. É possível explicar, ensinar de forma catedrática, é possível ensinar como tocá-lo, mas entender o Candombe só caminhando ao lado de uma Comparsa“, conta Martin.

E em “Que me perdonen”, ele se dispõe a ser esse guia. O ritmo nasceu da união dos ritmos africanos com os locais, com a diáspora negra causada pela escravidão, assim como o nosso samba. E como aqui, o som do candombe parece existir fundo nas raízes do povo uruguaio.

“Acredito que as raízes africanas, dentro da nossa música, e todas as nações africanas que viveram em nosso continente, possuem algo em comum. Os sincretismos, e as crenças que perduraram na vida cotidiana e cultura, sem dúvida dão uma base para toda América Latina. É um sonho poder unir em algum momento da minha carreira a todos os povos que souberam receber as nações africanas, em uma turnê de visita e demonstrar de alguma maneira que estamos mais unidos do que pensamos“, continua Tejera.

Martin Tejera traz o tradicional ritmo no seu imaginário desde a infância. Nascido e criado em La Teja, bairro popular e proletário da região oeste de Montevidéu, ele via os músicos caminhando pelas rua desde muito pequeno e chegou a fabricar tambores com seus amigos de bairro.

A proximidade entre alguns pontos das nossas culturas sempre foi uma meta do Cantores Del Mundo: combater essa sensação de isolamento, de que o Brasil é uma enorme ilha no meio de países hispânicos. Fundado por Tita Parra, neta da lendária Violeta Parra, o selo está sendo consolidado com a direção do compositor e pesquisador musical Arthus Fochi e do produtor musical Guilherme Marques. Arthus foi a ponte com Martin.

“Martin é um grande amigo que hospedei há 10 anos no Rio de Janeiro quando ele fazia uma turnê com o Cuarteto Ricacosa, um grupo onde canta e toca Guitarrón Uruguaio. Ele é um legítimo representante da cultura Afroamericana, e mais que isso, da Afrouruguaia. Quando me mostrou algumas canções como ‘Habanera del Monte VI’ e contou sobre a  gravação da banda Biricunyamba, que potencializava toda essa força negra, lhe disse: ‘vamos lançar pela Cantores’! É só ligar o disco e dançar!”, conta ele empolgado.

 

CD   “QUE ME PERDONEN ”   de Martin Tejera y El Biricunyamba

O grupo El Biricunyamba é formado por: Leticia Ramos (coros), Lucía Fernández (coros), Fernanda Bértola (coros), Leo Méndez (saxos y flauta), Enzo Spadoni (trombón), Axel Tassani (trompeta), Marcelo “Tito” Castro (percusión), Martín Gandoglia (percusión), Ismael Bértola (percusión y voces), Maxi Clericci (contrabajo), Martín Tejera (guitarra, triple, voces).  

Vamos apresentar no programa O Sul em Cima as músicas do CD “Que me Perdonen”: 01 – La Fiesta del Santo (Pedro Ferreira), 02 – El Yuyero Curandero (Anônimo), 03 – Un Canto para Iemanyá (Eduardo Mateo), 04 – Habanera del Monte VI (Martin Tejera – Participação Especial de Berta Pereira), 05 – Kemandotóo (Martin Tejera), 06 – Ciclisto Pedales (Martin Tejera), 07 – Romance para un Negro Milonguero (Alfredo Zitarrosa).

 

SEBA REY 

Poucos ritmos são mais brasileiros que o chorinho. Canções clássicas de nomes como Pixinguinha e Chiquinha Gonzaga não ecoam somente nas rodas de choro pelo país, como fazem a cabeça de músicos pelo mundo. Agora, a gravadora Cantores Del Mundo mostra um pouco dessa produção internacional de choro no disco “De este lado del Cerro”de Seba Rey y Amigos.

Sebastián Rey é um músico multi-instrumentista da Zona Oeste de Montevidéu, uma das mais ricas culturalmente da capital uruguaia. É uma região popular e proletária, onde a música criada tem muita influência de ritmos africanos e afrouruguayos e também da música brasileira.

“O disco surgiu dessa necessidade de registrar canções que refletissem a paisagem física e sonora única do oeste de Montevidéu”,conta Rey. “Tenho muito influência da música brasileira, tanto que toco e estudo o cavaquinho há alguns anos”, completa.

Seba é um dos integrantes do prestigiado grupo Cuarteto Ricacosa, e é um grande estudioso de ritmos. Essa busca o trouxe algumas vezes ao Brasil, onde conheceu o cantor, produtor e pesquisador de música latina Arthus Fochi, um dos responsáveis pelo selo Cantores Del Mundo e do começo dessa chama do chorinho em Rey.  O disco “De este lado del cerro” une a nossa música ao lado de ritmos uruguaios tradicionais, como o candombe, com naturalidade, como se as distâncias culturais não existissem. O resultado é uma festa, como está retratada na arte do álbum.

Vamos apresentar no programa O Sul em Cima, as músicas do CD “De este Lado del Cerro”: 01 – Beso Pa’los Tres, 02 – Amor de Gato, 03 – Se Armó, 04 – De este lado del Cerro, 05 – Chuveiro, 06 – Provisorio para Siempre, 07 – Irasé Porá.

 

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