Rio, 8 de novembro de 2008
Estamos ao ar livre, acompanhados por gente jovem por todos os lados. O ambiente é de descontração e caminhamos conversando tranquilamente, numa passagem que nos leva a entrada de um restaurante ou um prédio qualquer. A turma que está a nossa volta, fica observando-nos. Talvez me conheçam da musica, sejam amigos da Marió, enfim, somos o foco das atenções ali, porém tudo de uma maneira suave e elegante.
Quando chegamos na porta de entrada, bastante alta, de arquitetura sóbria, peço para Marió parar e escutar-me. Quero fazer um agrado a ela de forma bem humorada. As pessoas sabem que sou músico, e revelo que gosto de criar musicas improvisadas para os amigos em determinadas situações, sempre com o intuito do exercício criativo e sobretudo pela diversão, uma brincadeira musical.
Depois de preparar as pessoas para o que vai acontecer, então improviso catarolando e sorrindo:
“Encontrei a Marió
Quando vivia em Paris
Um homem que a amava
Chupou o seu nariz…”
Todos caíram na risada com a rima engraçada e o clima seguiu naquela alegria.
Sentia-me como uma criança fazendo uma poesia de humor rudimentar, mas sem nenhuma maldade.
Não lembro se foi antes da piada ou depois mas em um determinado instante eu estava em suave silêncio, contemplativo, observando seu rosto que irradiava simpatia e otimismo, um momento da mais pura felicidade interior.